Diário de Campo
__________________A primeira reunião___________________
10 de Outubro de 2013
Local: Instituto da Educação
Horas: 13h00-14h00
No dia 10 de Outubro de 2013, ocorreu a primeira reunião com a instituição. Os responsáveis da instituição começaram por se apresentar nomeadamente a sua formação, o seu percurso profissional, os projectos onde estão inseridos. Neste contexto, o grupo também se apresentou, sendo que um dos pontos que foi referido foi o que nos motiva a querer trabalhar na instituição em questão. Após a primeira abordagem, os responsáveis apresentaram alguns projectos desenvolvidos e a desenvolver pela instituição, e em conjunto com eles o grupo procurou reflectir qual seria a àrea mais indicada a trabalhar. Constatou-se que, uma vez que os projectos desenvolvidos pela instituição têm cerca de 2 meses de duração, o grupo não teria oportunidade de se integrar em nenhum desses projectos precisamente devido à brevidade de tempo dos mesmos.
Neste sentido e após um breve debate, os responsáveis terminaram a reunião referindo que iriam reflectir a analisar, em conjunto com a instituição, qual seria a área mais relevante a ser trabalhada pelo grupo, tendo em conta que o trabalho a realizar tem a duração de dois semestres.
Finalmente, marcou-se outra reunião para a semana seguinte, dia 17 de Outubro de 2013, a fim de se debater a questão de onde será realizada a intervenção do grupo, recolha de alguma informação sobre a instituição e primeiro contacto com o espaço físico da mesma.
________________Conhecer a Instituição_________________
17 de Outubro de 2013
Local: Fcul - 6C
Horas: 14h00
No dia 17 de Outubro de 2013, ocorreu a reunião de formalização do contacto com a instituição. O grupo compareceu no espaço físico da instituição a fim de conhecer o contexto da mesma, os seus actores e dinâmicas.
O grupo foi recebido pelos dois elementos da equipa que nos acompanharam desde o primeiro contacto. Num primeiro momento, apresentou-se o espaço físico, sendo que este se encontra organizado em três divisões. Posteriormente, o grupo reuniu com os responsáveis numa das divisões onde começou por entregar o documento de formalização do contacto, recordando os principais objectivos do trabalho a desenvolver. No âmbito do trabalho a concretizar, os responsáveis - a professora formada em psicologia e o professor formado em informática - sugeriram que o grupo, no 2º semestre, integrasse um projecto em conjunto com a instituição. Foi com grande satisfação e motivação que se aceitou a proposta, sendo que se considerou uma excelente oportunidade e uma mais-valia para colocar determinados conhecimentos à prova.
Num segundo momento, foram debatidos os principais pontos a trabalhar nesta primeira etapa nomeadamente a fase de diagnóstico. Neste sentido, o grupo explicou que nesta primeira fase é necessário - além da recolha e análise documental - realizar uma entrevista exploratória com vista a conhecer a instituição, a sua origem e história, os seus objectivos e missão, pontencialidades, bem como os seus projectos futuros e ambições. Neste contexto, um dos responsáveis mostrou-se disponível para facultar a entrevista sendo que se ficou de calendarizar a concretização da mesma.
No final da reunião, os responsáveis apresentaram os elementos da equipa, verificando-se que estes provêm de diversas áreas disciplinares nomeadamente da informática, da gestão, da psicologia.
Terminou-se a reúnião, estabelecendo-se que a quinta-feira será o dia da semana em que o grupo irá trabalhar na instituição e que o apoio e acompanhamento ao longo das sessões será prestado pelos mesmos elementos.
________________Conhecer a Instituição_________________
24 de Outubro de 2013
Local: Fcul - 6C
Horas: 14h30
No dia 24 de Outubro de 2013, o grupo estipulou os seguintes objectivos a trabalhar na sessão em questão:
- recolha de documentos (organograma, documentação do site da instituição);
- dar a conhecer ao entrevistado alguns pontos do guião da entrevistas exploratória;
- consultar documentos disponibilizados pela instituição;
Num primeiro momento, considerou-se oportuno analisar o ambiente da instituição, sendo que este de revelou bastante calmo, tranquilo. Os diversos técnicos encontravam-se nos seus gabinetes e a tutora responsável pelo grupo mostrou-se pouco disponível para apoiar o trabalho a realizar neste dia. Ao longo da sessão, verificou-se que existia bastante interacção entre os diversos técnicos, pelo que se registou que havia uma circulação frequente dos mesmos pelos diversos gabinetes.
Através da observação, verificou-se também que - apesar de cada pessoa assumir uma deterninada funçao num determinado espaço - os diversos técnicos se reunião com bastante frequencia, debatendo diversos assuntos.
Em consequência da indisponibilidade dos responsáveis para acompanhar o grupo, optou-se por proceder à análise documental da instituição. Neste sentido, explorou-se diversos aspectos nomeadamente os objectivos, a missão, a equipa e os projectos da instituição. Combinou-se com a tutora que seriam enviados via e-mail diversos documentos referentes à caracterização da instituição.
Num segundo momento, o grupo considerou oportuno rever o guião da entrevistas exploratória, ajustando alguns pontos que se encontravem pouco elaborados. Tendo como referência o feedback da docente, procurou-se aperfeiçoar cada bloco de questões de modo a adequar e contextualizar a entrevista.
Terminou-se a sessão, esclarecendo alguns pontos com a tutora e fazendo um balanço geral do trabalho realizado até então.
__________________Estudar a Instituição___________________
7 de Novembro de 2013
Local: Fcul - C6
Horas: 14h30
No dia 7 de Novembro de 2013, o grupo organizou o trabalho a realizar nos seguintes pontos:
- Análise documental e esclarecimento de alguns conteúdos com a tutora;
- Finalização o processo de preparação da entrevista exploratória;
- Diálogo com a tutora e outros técnicos sobre o funcionamento da instituição;
Inicialmente, o grupo focou-se na análise dos documentos recolhidos até então, procurando organizar os dados e seleccionando os mais pertinentes. No que se refere à caracterização da instituição, a tutora disponibilizou um conjunto de dados referentes à missão da instituição, aos seus objectivos, à sua equipa e aos seus principais projectos. Este primeiro conjunto de informação foi bastante pertinente para contextualizar e conhecer a realidade da instituição, no entanto constata-se que o processo de recolha de dados ficará mais completo depois de realizada a entrevista exploratória.
No que se refere à missão da instituição constata-se que esta visa fundamentalmente articular e integrar as "vertentes de investigação e de formação numa linha de intervenção e de serviço à comunidade" no domínio da utilização das TIC na Educação (Conversas informais).
A instituição tem como principais objectivos desenvolver e implementar propostas de trabalho no domínio das TIC na Educação; promover cenários e RED (recursos educativos digitais) em multiplas formas, visando uma "variedade de campos de acção onde se exige pensar a aprendizagem como tendo lugar em novos espaços digitais"; produzir conhecimento no domínio das tecnologias na Educação (Conversas informais).
Relativamente à equipa, a instituição é coordenada por um professor da àrea das Tecnologias e por uma equipa com técnicos provenientes de diversas àreas como Informática, Psicologia, Engenharias entre outras (Conversas informais).
Quanto aos Projectos, a instituição actualmente desenvolve diversos trabalhos em multiplas àreas (desenvolvimento de recursos educativos digitais; formação de formadores; design de cenários prospectivos no domínio das TIC na educação; apoio a instituições educativas e educadores) que visam essencialmente o desenvolvimento de actividades do Instituto da Educação da Universidade de Lisboa, "ao nível da oferta formativa no domínio da pós-graduação do IEUL, à intervenção na comunidade e na Universidade de Lisboa" (Conversas informais).
Portanto, num primeiro momento da sessão procurou-se conhecer e compreender o funcionamento da instituição.
Num segundo momento, o grupo procurou finalizar o processo de elaboração da entrevista exploratória sendo que deu por concluida a mesma.
Finalmente, dialogou-se com a tutora e com alguns técnicos da instituição a fim de adquirir mais informações sobre as dinâmicas da instituição, sobre a sua organização e funcionamento.
__________________Entrevista Exploratória___________________
14 de Novembro de 2013
Local: Fcul - C6
Horas: 14h30
No dia 14 de Novembro de 2013, o grupo organizou o trabalho a realizar nos seguintes pontos:
- Realização da entrevista exploratória;
- Pesquisa teórica para a elaboração do Enquadramento Teórico;
- Iniciar a elaboração do Enquadramento Teórico;
Inicialmente, um dos elementos do grupo realizou a entrevista exploratória à tutora. A entrevista teve a duranção de 40 minutos, sendo que - na opinião do grupo - foi bastante bem conseguida na medida em que permitiu recolher muita informação pertinente. Neste contexto, é oportuno referir que, de acordo com Albarello, a entrevista é um instrumento utilizado pelo entrevistador para a obtenção de dados, sendo que permite adquirir "informações mais completas e precisas" (Albarello, 1997). Visto que tem um caractér exploratório, a entrevista é abrangente não se focando apenas num tema e tem como principal objectivo obter conhecimentos (Albarello, 1997).
Aquando a realização da entrevista, teve-se em conta a metodologia da entrevista exploratória sendo que se procurou inicialmente informar a entrevistada sobre o conteúdo da entrevista e os seus objectivos (Albarello, 1997). Considerou-se igualmente o contexto, sendo que se optou por um local onde a entrevista se sentisse contextualizada - gabinete da instituição. E no que se refere à condução da entrevista, procurou-se conduzir a mesma da melhor forma recorrendo a expressões breves, manifestando empatia, encorajando a entrevistada a aprofundar o seu raciocínio - por vezes acrescestando questões não contempladas no guião de forma a explorar com mais profundidade um determinado assunto -, procurando ser o mais objectivo possível (Alberello, 1997).
Neste sentido, uma vez que o grupo procurou respeitar os pressupostos subjacentes à entrevista exploratória, considero que a técnica foi aplicada com sucesso cumprindo com os seus objectivos.
Num segundo momento da sessão, o grupo focou na pesquisa teórica para a realização do Enquadramento Teórico do trabalho, sendo que se focou essencialmente na temática dos Museus e da sua importância e impacto junto da comunidade, e no tema da educação não-formal, com base em Rui Canário. Constata-se que os Museus inserem-se no âmbito da temática da educação não-formal sendo que promovem multiplas aprendizagens teórico-práticas bem como o desenvolvimento de competências e capacidades pessoais e profissionais.
Referências
Albarello, L .et al. (1997). Práticas e métodos de investigação em Ciências Sociais. Lisboa, Gradiva. Ruquoy, Danielle – Situação de entrevista e estratégia do entrevistador, p. 84-116.
__________________Análise de Conteúdo___________________
21 de Novembro de 2013
Local: Fcul - C6
Horas: 14h30
No dia 21 de Novembro de 2013, o grupo organizou o trabalho a concretizar nos seguintes pontos:
- Análise de conteúdo da entrevista exploratória;
- Elaboração da grelha de análise de conteúdo;
- Iniciar a elaboração do cronograma de actividades da instituição.
Inicialmente, o grupo começou por trabalhar na análise de conteúdo da entrevista exploratória sendo que se focou na construção de uma grelha de análise. Para construir a grelha, identificou-se quatro divisões: as categorias, as subcategorias, os indicadores e as unidades de registo. A grelha de análise de conteúdo foi elaborada com base na transcrição da entrevista.
De acordo com Barbin (1977), a análise de conteúdo realizada passou por diversas fases: a pré-análise, a exploração do material, e o tratamento dos resultados, inferência e interpretação dos mesmos. Nesta lógica, procurou-se incidir numa primeira fase na pré-análise sendo que esta corresponde a uma fase de "escolha dos documentos a serem submetidos à análise", "formulação de hipóteses e de objectivos" e a "elaboração de indicadores que fundamentem a interpretação final" (Bardin, 1977). Portanto, a fase de pré-análise tem como objectivo a organização.
Relativamente à fase de exploração do material, esta consiste fundamentalmente em operações de codificação, "desconto ou enumeração", em função de regras previamente estabelecidas (Bardin, 1977).
Finalmente, no que se refere à fase de tratamento dos resultados obtidos e sua interpretação, constata-se que os dados obtidos devem ser significativos e válidos, passando por um processo de "confrontação sistemática com o material e o tipo de inferências alcançadas" (Bardin, 1977).
Perante este contexto teórico, ao longo da sessão o grupo procurou trabalhar na análise de conteúdo sendo que não a concluiu na sessão em questão.
No final da sessão, dividiram-se tarefas pelos dois elementos do grupo sendo que a conclusão da análise de conteúdo ficou a cargo de um dos elementos, e a elaboração do cronograma de actividades - não tendo sido possível trabalhar na sessão - destinado ao outro elemento.
Referências
Bardin, L. (1977). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Organização da Análise, p.95-102
______________________Análises_______________________
28 de Novembro de 2013
Local: Fcul - C6
Horas: 14h30
No dia 28 de Novembro de 2013, o grupo organizou o trabalho a concretizar nos seguintes pontos:
- Conclusão da elaboração do cronograma;
- Revisão da análise de conteúdo;
- Elaboração da análise SWOT;
- Construção da planta do espaço da instituição;
- Elaboração do organograma;
Iniciamente o grupo focou-se na finalização da elaboração do cronograma. Aquando a construção do mesmo, deparamo-nos com alguma dificuldade em agendar as actividades futuras uma vez que é nos dificil projectar e planificar as dinâmicas e o trabalho a realizar, sobretudo para a fase de implementação do projecto (2º semestre). Neste contexto, é oportudo referir que planear consiste em projectar uma mudança, antecipar conceptualmente uma realidade desejável, "prever as etapas necessárias de transformação dessa realidade e os caminhos a percorrer pelos agentes", identificar os factores que afectam o processo e os modos como se pode intervir, escolher as acções correspondentes e mobilizar os meios necessários para que a mudança desejada ocorra no sentido projectado (Capucha, 2008).
Findada a elaboração do cronograma, o grupo procurou rever atentamente a análise de conteúdo de forma a facilitar e clarificar a fase seguinte do trabalho, isto é, a análise SWOT.
Figura 1
Neste sentido, é relevante referir que os principais objectivos da análise SWOT são realizar uma síntese das análises internas e externas, identificar elementos chave para a gestão do projecto e preparar opções estratégicas (Capucha, 2008).
Portanto nesta fase de diagnóstico, a análise SWOT surge como uma mais-valia no que se refere à organização e categorização da informação e dados recolhidos. A análise SWOT surge como um esquema em que é possivel identificar as forças, as fraquezas, as oportunidades e as ameaças neste caso do contexto institucional.
Figura 2
No que se refere às dinâmicas internas, as forças - ou pontos fortes - da instituição prendem-se com os principais aspectos que a diferenciam dos seus concorrentes, com os seus objectivos e produtos alcançados. As fraquesas referem-se aos objectivos e metas não alcançadas e as duas dinâmicas que resistem à mudança.
Relativamente às dinâmicas externas, as oportunidades dizem respeito ao ambiente geram - ou macroambiente -, englobando os aspectos do meio envolvente que podem ser aproveitados e potenciados na instituição. As ameaças referem-se ao ambiente da industria, isto é, aos aspectos ao meio envolvente que poderão dificultar o atingir dos objectivos.
Posteriormente, o grupo focou-se na análise do espaço da instituição de forma a construir uma planta do espaço.
Figura 3
Portanto a planta acima apresentada na figura 3 representa a organização do espaço da instituição bem como a distribuição e organização funcional dos diversos elementos.
Finalmente, após a construção da planta da instituição o grupo elaborou o organograma da instituição com base nos dados adquiridos na entrevista exploratória.
Figura 4
Neste contexto, o organograma surge como um instrumento "priviligiado para a representação gráfca e esquemática da estrutura formal das organizações" (Costa, 1990), que permite compreender de forma mais facilitada a distribuição das responsabilidades no cerne de uma organização.
Na instituição em questão constata-se que - apesar de não existir um número muito elevado de elementos - a coordenação e gestão são exercidas pela Dra. Ana Pedro - desempenhando uma função mais prática - e pelo Dr. João Filipe - desempenhando uma função mais teórica. Os restantes elementos exercem funções mais focadas para o desenvolvimento de projectos especificamente na área da informática e na gestão financeira dos mesmos. No entanto, mediante as observações realizadas constata-se que as responsabilidades e tarefas da instituição são partilhadas e desempenhadas pelos diversos técnicos verificando-se que existe uma elevada capacidade de entreajuda e cooperação.
Referência Bibliográfica
CAPUCHA, L. (2008). "Planeamento e avaliação de Projectos. Guião prático." Lisboa: Direcção Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular
COSTA, Jorge Adelino, “O projecto educativo da escola”. Aveiro, Universidade de Aveiro, 1990ª (Trabalho de síntese. Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica – policopiado) BOISVERT, Maurice, L’organisation et la decision. Paris, Les Éditions d’ Organisation, 1985.
______________________O Projecto_______________________
5 de Dezembro de 2013
Local: Fcul - C6
Horas: 14h30
No dia 5 de Dezembro de 2013, o grupo organizou o trabalho a realizar nos seguintes pontos:
- Pedir à instituição o organograma oficial;
- Dialogar com a tutora e outros técnicos sobre o Projecto a realizar;
- Elaboração do Enquadramento Metodológico;
- Revisão do Enquadramento Teórico;
Inicialmente o grupo solicitou à tutora se podia fornecer o organograma formal e oficial da instituição uma vez que o organograma elaborado pelo grupo através da entrevista exploratória se encontrava pouco claro. Neste sentido, a tutora comprometeu-se a enviar via-email o organograma formal da instituição.
Posteriormente, o grupo reuniu com o professor de Tecnologias para debater o assunto do Projecto de intervenção, quais os seus objectivos e motivações. Neste contexto, compreendi que o principal objectivo do Projecto é desenhar um roteiro pedagógico de visitas escolares no Museu da Cidade, em torno de uma temática específica (ex: terramoto de 1755). Portanto, a intervenção do grupo passa por desenhar o roteiro pedagógico em função de uma temática específica e eleger ainda. Além da parte teórica acima apresentada, o Projecto também visa criar actividades pedagógicas embebidas nas tecnologias móveis (ex: acesso à internet), sendo que esta intervenção mais prática é responsabilidade dos técnicos da instituição. Estas actividades pedagógicas visam promover o trabalho colaborativo - através de dinâmicas e actividades em grupo -, tendo como suporte as tecnologias móveis. Portanto de uma forma geral, através o Projecto pretende-se que as visitas ao Museu da Cidade sejam mais autónomas e que haja propostas de trabalho e actividades sobre as temáticas das visitas.
Para se desenhar o roteiro pedagógico e se criarem as actividades é necessário eleger os objectos (artigos, fotograficas, quadros) das exposições do Museu que possam ser passíveis de criar dinâmicas, e escolhar apenas uma temática para a elaboração do roteiro. Este trabalho - de estudo dos objectos e escolha da temática a trabalhar no roteiro - será realizado durante o mês de Janeiro - trabalho de campo -, em que o grupo, juntamente com os técnicos da instituição, irá visitar regularmente as exposições do Museu com fim a determinar qual a temática mais interessante para integrar o roteiro pedagógico.
Depois de reflectirmos sobre o Projecto e sua intervenção, dividiu-se tarefas de forma a cada um dos elementos ficar responsável por elaborar o Enquadramento Metodologico (eu) e rever o Enquadramento Teórico (o outro elemento).
No que se refere ao Enquadramento Metodologico, primeiramente é relevente clarificar os conceitos de metodologia de projecto e de investigação qualitativa visto que se pretende realizar um projecto de intervenção numa instituição. Neste contexto, de acordo com Guerra (1994) a metodologia de projecto refere-se a um conjunto "de operações explicitas necessárias para produzir uma representação antecipada" que resulta de um processo de transformação da realidade, com vista à mudança. Assim, a metodologia de projecto visa fundamentalmente a resolução de problemas. A metodologia de projecto passa por diversas fases nomeadamente o diagnóstico, a planificação das actividades e estratégias, a eecução das tarefas planeadas, a avaliação e a divulgação dos resultados obtidos.
Constata-se que o trabalho em questão se insere no âmbito da investigação qualitativa, visto que ocorre no contexto natural da instituição. Segundo Bogdan e Biklen (1994), a investigação qualitativa "é como um termo genérico que agrupa diversas estratégias de investigação que partilham determinadas características. Os dados recolhidos são designados qualitativos", sendo que existem riscos em pormenores descritivos relativos a pessoas, lugares, diálogos (Bogdan e Biklen, 1994).
A investigação qualitativa apresenta algumas limitações que se prendem com a subjectividade, visto que é influenciada pelas opiniões do investigador; fiabilidade, uma vez que assenta em descrições e narrativas; rigidez, dado que se baseia em parâmetros menos rígidos (Silverman, 2000). Para evitar as referidas limitações da investigação deve-se investir na diversificação nos procedimentos metodológicos utilizados na investigação.
Terminou-se a sessão com o compromisso de ambos os elementos trabalharem fora do horário escolar os respectivos enquadramentos.
Referências Bibliográficas
Bogdan, R.; Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em Educação: fundamentos, métodos e técnicas. In: Investigação qualitativa em educação. Portugal: Porto Editora.
Guerra, I. (1994). Introdução à Metodologia de Projecto. Lisboa.
Silverman ,D. (2000), Doing Qualitative Research: A Practical Handbook. Sage Publications, Thousand Oaks, CA.
____________________Relatório_______________________
12 de Dezembro de 2013
Local: Fcul - C6
Horas: 14h30
No dia 12 de Dezembro de 2013, o grupo organizou o trabalho a realizar nos seguintes pontos:
- Continuação da elaboração do enquadramento metodologico;
- Revisão do enquadramento teórico;
- Revisão da análise Swot.
Inicialmente o grupo focou-se na continuação da elaboração do enquadramento metodologico, aprofundando a temática da metodologia de projecto e especificando as suas características. Considerou-se igualmente oportuno abordar as diversas fases da metodologia de projecto uma vez que para a concretização de um projecto de interversão é fundamental passar-se por várias etapas. Neste enquadramente recorreu-se a diversos autores como Capucha (2008), Guerra (1994), Simões (2002), Bogdan e Biklen (1994) e Silverman (2000).
Posteriormente, fez-se uma breve revisão do enquadramente teórico procurando aperfeiçoar diversos pontos nomeadamente a contextualização da temática da Educação não-formal e da Animação Sociocultural, citando e abordando alguns autores como Canário (1999) e Cabanas (1984). Aprofundou-se a temática da importância e relevancia dos museus na educação fazendo referencia a Gonçalves, e analisou-se de forma mais aprofundada o tema do Museu da Cidade incidindo sob a sua história, as suas exposições e objectivos.
Seguidamente, fez-se uma revisão da análise Swot procurando melhorar alguns aspectos no que se refere à identificação dos pontos fortes mais especificamente em clarificar os diversos pontos destacados nesta dimensão da análise. A restruturação de alguns aspectos foi feita com base no feedback fornecido pela docente, que foi fundamental para identificar algumas falhas e erros que não nos eram visiveis.
Montou-se a estrutura do relatório sob forma de rascunho para mais facilmente se percepcionar o que foi feito e o que ainda falta concretizar no relatório.
Finalmente, no final da sessão fez-se o ponto de situação com a tutora no sentido de organizar e orientar o trabalho a realizar, sendo que se agendou as primeiras idas ao Museu da Cidade para a segunda semana de Janeiro de 2014 com fim a estudar o contexto de intervenção e identificar potenciais objectos passiveis de realizar recursos tecnologicos educativos. Identificou-se claramente qual será e onde incidirá a intervenção do grupo no Museu, delineou-se os objectivos do Projecto em parceria com a tutora e com um técnico e definiu-se especificamente o público-alvo do projecto.
_________________2º Semestre_________________
_____________________Visita ao Museu______________________
Mês de Fevereiro de 2014
Durante o mês de Fevereiro o grupo foi visitar o Museu da Cidade com fim a estudar os objectos da exposição da temática abordada no projecto.
Neste sentido, a visita permitiu-nos compreender quais as peças mais relevantes a abordar no Roteiro Pedagógico, sendo que do total da exposição apenas se optou pelos objectos que nos pareceram ser os mais relevantes. Assim, ao longo da visita percorremos as diversas salas respeitando a ordem cronológica dos acontecimentos. Um dos objectos que consideramos ser fundamental na abordagem do Roteiro foi a maquete de Lisboa antes do Terramoto de 1755. A referida maquete é relevante na exploração da temática na medida em que retrata o antes do terramoto de 1755, e dá uma percepção e contextualização bastante adequada sobre esta questão.
Ao longo da visita o grupo apercebeu-se de um aspecto que o museu deveria repensar que se refere ao facto de a exposição, em determinada altura, ser interrompida não mantendo uma sequência logica no espaço (a passagem de umas salas para as outras não é clara para quem explora a visita).
No decorrer da visita o grupo foi apontado os diversos objectos que iam ao encontro da temática do projecto, sendo que à medida que íamos registando as peças íamos dialogando e reflectindo sobre os possíveis percursos que poderíamos desenhar para o Roteiro.
Esta visita ao Museu foi fundamental para avançarmos com o nosso projecto. A exploração da exposição permitiu-nos balizar não só as principais peças para o Roteiro mas também o conteúdo mais relevante a abordar. Portanto, este foi um grande paço em termos de evolução do projecto uma vez que a partir deste momento poderemos traçar o verdadeiro percurso do Roteiro Pedagógico.
____________________Ponto de Situação_____________________
12 de Março de 2014
No dia 12 de Março de 2014 ocorreu uma reunião com os tutores da instituição a fim de se discutir o ponto de situação do projecto.
Foi entregue ao grupo um guião do trabalho a realizar, sendo que este documento descrevia especifica e detalhadamente cada etapa e tarefa a realizar até à execução do projecto.
Neste contexto, no âmbito do projecto do Roteiro Temático a primeira tarefa a concretizar segundo o documento acima referido é desenvolver um manual/guião de visita orientador para o professor. Quando se pretende realizar visitas de estudo a museus, é essencial a utilização de guiões de visitas principalmente pelos docentes. Neste sentido, como refere Reis (2010), diversas instituições como é o caso dos museus colocam ao dispor do professor guiões de visitas e sugestões de exploração de recursos que poderão orientar a visita, tendo em conta os objectivos educativos.
O guião a ser desenhado pelo grupo deve obedecer a uma estrutura especifica nomeadamente integrando: uma introdução ao domínio, isto é, a apresentação dos objectivos do documento e qual a temática a ser explorada; um enquadramento do domínio, onde são apresentadas algumas questões estruturantes e conceitos-chave sobre os conteúdos abordados, com fim a orientar e auxiliar o professor no seu estudo prévio; guidelines para a utilização do roteiro com instruções base para a utilização do guião; um caderno do professor com actividades para auxiliarem o docente não só durante a visita mas também antes e depois da mesma, procurando estender as aprendizagens efectuadas no museu igualmente em contexto de sala de aula; propostas de recursos online nomeadamente uma lista de recursos a serem utilizados pelos docentes e alunos no contexto da visita; e um glossário com os termos técnicos relativos ao domínio em questão.
Portanto, os guiões disponibilizados pelos museus ou outros centros educativos às escolas são um recurso fundamental para que o docente possa contextualizar os seus alunos sobre a visita e as aprendizagens a realizar. Além disso estes guiões contêm também um caderno do professor em que se sugerem propostas de actividades para o docente realizar em contexto de sala de aula com os seus alunos, e um caderno do aluno com propostas de trabalho para os alunos realizarem autonomamente. Assim, este recurso surge como um meio e uma ponte entre os visitantes, neste caso professores e alunos, e os conteúdos a serem explorados nas exposições dos museus.
A construção de um guião ou manual de visita a um museu pressupõe um estudo prévio da temática elegida e dos módulos ou objectos da exposição do museu que se pretende retratar. Neste sentido, a instituição propôs ao grupo que começasse por estudar o conteúdo curricular “Lisboa antes e depois do Terramoto de 1755” nos manuais de História do 6º ano do ensino básico. Posteriormente, depois de se ter feito um estudo sobre a temática em questão é necessário explorar e selecionar os objectos da exposição passiveis de serem articulados ao currículo do 2º ciclo.
Portanto, a primeira preocupação do grupo no que se refere à realização do guião de visita para o professor, foi arranjar primeiramente os manuais do 6º ano do ensino básico.
Terminou-se a sessão com o compromisso de o grupo enviar uma planificação das tarefas a realizar desde então até à execução do projecto.
_______________Planificação do Guião de Visitas______________
19 de Março de 2014
No dia 19 de Março de 2014 o trabalho foi essencialmente direcionado para o desenho e planificação do manual/guião de visita orientador para o professor.
Primeiramente importa referir quais os materiais recolhidos para a elaboração do manual. Neste sentido, o grupo reuniu onze manuais escolares - sendo que nove são do 6º ano e dois do 9º ano do ensino básico – e sete CD’s – recusos audiovisuais – de manuais do professor que abordam os diversos conteúdos curriculares.
Antes de se começar a desenhar a estrutura do guião de visitas, realizou-se um breve estudo em torno da temática em questão – “Lisboa antes e depois do Terramoto de 1755” – com fim a compreender quais os aspectos mais relevantes a tratar e abordar no guião. Assim, distribuiu-se os diversos manuais escolares por cada elemento do grupo, sendo que cada um ficou encarregue de analisar e selecionar os conteúdos mais importantes da temática, trabalhando colaborativamente.
Nas Ciências Sociais, nomeadamente nas Ciências da Educação trabalhar colaborativamente é uma prática bastante comum contribuindo para o desenvolvimento pessoal, profissional e académico dos indivíduos. O papel de um especialista em Educação passa igualmente por reflectir sobre estas questões, sobre o trabalho colaborativo entre pares, quais os benefícios, quais as mais-valias.
Se pararmos para pensar e reflectir sobre esta questão, facilemente podemos constatar que trabalhar numa relação de trabalho colaborativo com os pares não é uma actividade fácil. Para se promover e desenvolver um trabalho colaborativo de qualidade é fundamental que se estabeleça uma relação de trabalho na base da confiança, do respeito mutuo e do diálogo. Assim, considero que a capacidade de reflexão e sentido crítico são essenciais para a análise colectiva do grupo, contribuindo para a evolução da interação entre os elementos e para as dinâmicas grupais. Num grupo colaborativo, onde se visa que a reflexão seja uma constante, não basta que haja apenas troca de experiências, embora esta seja importante, mas deve existir acima de tudo lugar para a crítica (Day, 2001).
Neste sentido, importa compreender que colaboração não significa somente entreajuda ou empenho para fim comum, mas também se encontra directamente relacionada com todo um processo em que os próprios intervenientes se constroem por e na interacção múltipla, no seio do grupo. Moreira (2005) associa colaboração à experiência de um conjunto de pessoas que, unidas por um interesse comum, estabelecem um acordo e concretizam-no num ambiente desafiante e de apoio mútuo.
Fullan e Hargreaves (2001), referem os benefícios do trabalho colaborativo considerando que “as culturas colaborativas criam e sustêm ambientes de trabalho mais satisfatórios e produtivos”. Neste sentido, Hargreaves (1998) refere que nas culturas de colaboração as relações de trabalho colaborativo com os seus pares podem ser: espontâneas, isto é, partem da vontade do grupo enquanto grupo social; voluntárias, ou seja, os indivíduos não são obrigados a integrar-se neste tipo de trabalho, mas fazem-no porque reconhecem que vale a pena; orientadas para o desenvolvimento, isto é, os indivíduos juntam-se para desenvolver iniciativas próprias, ou para trabalhar sobre iniciativas que são apoiadas ou requeridas externamente, nas quais eles próprios estão empenhados; difundidas no tempo e no espaço, ou seja, o trabalho em conjunto, muitas vezes não é calendarizado e regulamentado administrativamente, desenvolvendo-se de acordo com a vontade dos elementos da equipa; imprevisíveis, isto é, os resultados da colaboração são muitas vezes incertos e dificilmente imprevisíveis.
Paralelamente, Vygotsky (1989) considera que as atividades realizadas em grupo, de forma conjunta, oferecem enormes vantagens, que não se encontram disponíveis em ambientes de aprendizagem individualizada. O autor refere que o desenvolvimento dos individuos, assim como das suas aprendizagens e dos seus processos congnitivos (intrapsicológicos), são mediados pela relação com o outro (processos interpsicológicos). Nesta lógica, também Garmston (1994) reflecte sobre o trabalho colaborativo, considerando que qualquer grupo que se escontra demasiado ocupado para praticar as capacidades de colaboração também é um grupo que encontra demasiado ocupado para melhorar.
Sachs (1997) distingue as noções de colaboração e de cooperação, que do meu ponto de vista surgem como dois conceitos fundamentais a distinguir. Assim, a autora considera que num trabalho de cooperação existe um maior desequilíbrio entre os papéis e o poder do que num trabalho de colaboração. A colaboração é portanto a tomada conjunta de decisões através de uma negociação constante entre os pares, onde os intervenientes aprendem num ambiente de respeito e confiança.
Portanto, nesta fase de estudo da temática a trabalhar e do desenho do guião de visitas do professor o trabalho de pares, nomeadamente o trabalho colaborativo é fundamental para assegurar a harmonia entre o grupo, a qualidade do processo de aprendizagem e o sucesso das tarefas a concretizar. Colaborar é, de acordo com a minha interpretação, querer alcançar o sucesso, a melhoria, ser mais e melhor.
Referências
COSTA, A., e GARMSTON, R. (1994), Cognitive Coaching: A Foundation for Renaissance Schools, Norwood, Mass.: Christopher-Gordon Publ.
DAY, C. (2001). Desenvolvimento Profissional de Professores. Os desafios da aprendizagem permanente. Porto: Porto Editora.
FULLAN, M. & HARGREAVES, A. (2001). Por que é vale a pena lutar? O trabalho de equipa na escola Porto: Porto Editora.
HARGREAVES, Andy (1998). Os professores em tempos de mudança. O Trabalho e a Cultura dos Professores na Idade Pós-Moderna. Lisboa: Mc Graw-Hill.
______________Pesquisa e Análise Documental______________
26 de Março de 2014
No dia 26 de Março de 2014 o trabalho foi fundamentalmente direcionado para a concepção do guião de visitas do professor. Neste sentido, com base no documento orientador fornecido pelos tutores construiu-se o guião seguindo uma determinada lógica:
1 – apresentação do domínio: introdução da temática; enquadramento curricular;
2 – enquadramento do domínio: questões estruturantes sobre a temática (pré-terramoto, terramoto, pós-terramoto); conceitos-chave da temática;
3 – guidelines para a utilização do roteiro: instruções base para facilitar a utilização dos guiões de actividade;
4 – Caderno do professor: propostas de actividades a realizar na pré-visita, durante a visita e na pós-visita (contexto de sala de aula);
5 – Caderno do aluno: propostas de actividades a realizar durante a visita.
Para compreendermos quais os conteúdos mais importantes a abordar no guião da visita, recorremos à análise das metas de aprendizagem do 2º e 3º ciclo do ensino básico, nomeadamente da disciplina de história do 6º e 8º ano. Neste sentido, elegemos apenas os pontos passiveis de articular com a temática “Lisboa antes e depois do Terramoto de 1755”.
Quando desenvolvemos qualquer tipo de trabalho é necessário realizar uma rigorosa pesquisa de documentação e de todo o trabalho realizado até então com fim a conhecermos qual o conhecimento produzido naquele âmbito. O ponto de partida de uma pesquisa não passa necessariamente pela análise de documentos mas pela formulação de questões, pela problematização das fontes em análise.
O que é a análise documental?
A análise documental visa favorecer a observação do processo de desenvolvimento e maturação dos indivíduos, grupos, conceitos, comportamentos, conhecimento, mentalidades, práticas (Cellard, 2008). Estudar e analisar documentos e fontes implica interpretar outros pontos de vista, sendo que esta tarefa requer sensibilidade e cuidado da parte do investigador com fim a não comprometer a validade do estudo em questão.
A análise de documentos pode ser realizada de acordo com duas perspactivas:
- para complementar a informação recolhida;
- ser o principal método de pesquisa de um projecto, sendo os documentos o principal alvo do estudo (Bell, 1993).
Flores (citado por CALADO; FERREIRA, 2004, p.3), considera que “os documentos são fontes de dados brutos para o investigador e a sua análise implica um conjunto de transformações, operações e verificações realizadas a partir dos mesmos com a finalidade de se lhes ser atribuído um significado relevante em relação a um problema de investigação”. Este processo visa portanto balizar a pesquisa em questão não como uma técnica ou procedimento de recolha de dados mas como um método de pesquisa.
Neste contexto, a análise documental é constituída por duas etapas: a primeira referente à recolha de dados e a segunda referente à análise de conteúdo. A análise de conteúdo pode ser considerada como um conjunto de procedimentos que visam a produção de um texto analítico no qual se apresenta o corpo textual dos documentos obtidos de uma forma transformada.
Neste sentido, no decorrer do processo de pesquisa e análise da documentação, é fundamental selecionar a informação que vai ao encontro dos objectivos do nosso trabalho. No que se refere à selecção da informação mais relevante a abordar no guião do professor, o grupo analisou de forma aprofundada toda a documentação (manuais escolares, CD’s, vídeos…) que pesquisou, sendo que em determinado momento se teve que optar e balizar qual a informação mais pertinente e fundamental a abordar no guião. Este processo de selecção dos conteúdos essenciais é, do meu ponto de vista, um processo complexo e demorado uma vez que é igualmente necessário ter em conta as metas curriculares ao nível de ensino em questão e os objectivos do nosso projecto.
De acordo com diversos autores, a análise documental apresenta diversas vantagens nomeadamente:
- os documentos podem ser obtidos gratuitamente e a baixo custo (Igea et al., 1995);
- os documentos proporcionam informações sobre acontecimentos passados que não se observaram ou assistiram (Igea et al., 1995).
Paralelamente, é possível identificar também algumas limitações que se referem ao facto de:
- nem sempre ser possível aceder-se aos documentos (Quivy & Campenhoudt, 2003);
- os documentos podem não conter toda a informação explorada de forma detalhada (Igea et al., 1995);
- os documentos podem ter sofrido alterações, forjados ou faseados (Igea et al., 1995);
- e em muitos casos os investigadores não explicitam as ferramentas conceptuais que utilizaram para chegar a certas conclusões sobre a realidade estudada (Flores, 1994).
Para concluir considero oportuno parafrasear Quivy & Campenhoudt (2003), que consideram que só conhecemos um método de recolha e análise de dados após o termos testado por nós próprios. Antes de elegermos um é fundamental certificarmo-nos de que o dominamos e conhecemos devidamente.
Referências
BELL, J. (1993). Como realizar um projecto de investigação (3ª Ed.). Lisboa: Gradiva.
CALADO, S.dos S; Ferreira, S.C dos R. Análise de documentos: método de recolha e análise de dados.
IGEA, D.; Agustin, J., Beltran, A., & Matin, A. (1995). Técnicas de investigacion en ciencias socials. Madrid: Dykinson.
QUIVY, R., & CAMPENHOUDT, L., (2003). Manual de investigação em ciências sociais (3ª ed.). Lisboa: Gradiva.
______________________Feedback______________________
2 de Abril de 2014
No dia 2 de Abril de 2014, a sessão foi essencialmente destinada para o feedback dos tutores em relação ao guião de visitas para os professores elaborado pelo grupo. Primeiramente, o tutor responsável por nós durante este semestre – o professor de Tecnologias do IE – começou por referir que o trabalho se encontrava, de uma forma geral, bastante completo e bem desenvolvido. No entanto, visto que se trata de um documento orientador, de um guia para auxiliar o docente durante a visita à exposição, referiu-se que o guião contém demasiado conteúdo.
Considero que todo o feedback fornecido pelo tutor foi bastante gratificante e relevante na medida em que nos permitiu compreender qual o rumo, a melhor direcção a seguir na estruturação e desenvolvimento do guião de visitas. Compreendemos quais os aspectos bem conseguidos – e portanto, ao vermos o nosso trabalho reconhecido e valorizado sentimo-nos de alguma forma profissionais da área das Ciências da Educação -, e quais os aspectos a melhorar – tendo em conta as observações referidas pelo tutor. Neste sentido, vejo o feedback como um mecanismo construtivo que visa a melhoria do desempenho, dos compromissos a realizar e do próprio clima organizacional.
Para que o feedback seja útil e relevante é necessário que seje descritivo, isto é, que explicite a essência do tema que questão; específico, ou seja, que demonstre objectividade; oportuno, procurando-se manter a harmonia comunicacional e relacional, neste caso entre o tutor e o grupo; e esclarecido, isto é, a orientação deve ser feita no sentido de responder às necessidades do processo de melhoria.
Para se compreender o conceito de feedback é igualmente importante ter em conta que existem diversas teorias sobre os tipos “ideais” de feedback. Willians (2005, p. 52) apresenta uma classificação deste mecanismo que no meu entender é bastante completa, considerando vários tipos de feedback:
- Positivo: tem a função de reforçar um comportamento que se deseja que se repita. Deve ser utilizado sempre, mesmo que as pessoas já se encontrem a agir conforme o desejado. Este tipo de feedback apela à motivação.
- Corretivo: visa modificar um comportamento. Quando uma pessoa não age adequadamente ou conforme o desejado, este é o feedback mais adequado.
- Insignificante: é um feedback vago ou genérico que pode confundir o interlocutor.
- Ofensivo: não orienta, não permite a aprendizagem pelo erro e não motiva.
Do meu ponto de vista o feedback positivo é o mais desejável uma vez que apela ao reforço positivo, procurando que a pessoa se sinta valorizada.
Atendendo ainda ao conceito de feedback, é relevante referir que este é também entendido como um acto de comunicação. Tal como Bordenave (1982) considera,
“Sem a comunicação cada pessoa seria um mundo fechado em si mesmo,
já que é por meio dela que as pessoas compartilham experiências, ideias
e sentimentos. Ao se relacionarem como seres interdependentes,
influenciam-se mutuamente e, juntas, modificam a realidade onde estão
inseridas. (BORDENAVE, 1982, p.36)”.
Segundo o mesmo autor (1982, p.38-40), os elementos básicos da comunicação são, “a realidade ou situação onde ela se realiza e sobre a qual tem um efeito transformador; os interlocutores que dela participam; os conteúdos ou mensagens que elas compartilham; os signos que elas utilizam para representá-los; os meios que empregam para transmiti-lo”. Portanto, ao entendermos o feedback como um acto de comunicação, é necessário ter em conta que o diálogo deve encontrar-se presente na linguagem utilizada.
Neste contexto, é fundamental referir ainda que existe uma forte relação entre a receção do feedback, a sua qualidade e a motivação tal como Willians (2005) considera:
“Feedback é importante para todos nós. É a base de todas as relações
interpessoais. É o que determina como as pessoas pensam, como se
sentem, como reagem aos outros e, em grande parte, é o que determina
como as pessoas encaram suas responsabilidades no dia-a-dia”
(WILLIANS, 2005, p.19).
Em educação, é fundamental reflectirmos e pensarmos sobre estas questões nomeadamente no que se refere às relações pedagógicas professor-aluno, pai-filho, tutor-estagiário. É essencial pensar igualmente a questão da comunicação pedagógica, das formas de comunicação, a adequação dessas formas de comunicação à relação. A comunicação não se prende somente ao acto do diálogo, mas também à expressão facial e corporal, aos gestos, aos comportamentos e atitudes. Portanto se o feedback é uma forma de comunicação, é igualmente importante ter em conta estes aspectos, para que a mensagem seja bem recebida e interpretada pelo interlocutor.
Referências
BORDENAVE, J. (1982) O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense
WILLIAMS, R. (2005) Preciso saber se estou indo bem: uma história sobre a importância de dar e receber feedback. Rio de Janeiro: Sextante
_________________Competências em Educação_________________
9 de Abril de 2014
No dia 9 de abril de 2014, a sessão foi fundamentalmente direcionada para a análise do Guião de Visitas reestruturado pelo grupo. Após ter analisado criticamente o documento, o tutor solicitou que reorganizássemos o guião em três eixos: Antes do Terramoto, o Terramoto, Após o Terramoto. Neste sentido, o guião ganha uma nova sequência lógica em que é possível analisarmos os três eixos com base em três pontos: sociedade, governação e características urbanísticas. A análise realizada em conjunto com o professor permitiu-nos compreender que, para encontrarmos a melhor forma de organizar o trabalho, é necessário reflectir e analisar frequentemente o mesmo com fim a alcançar a melhoria e a qualidade.
No decorrer das últimas três semanas o Guião elaborado pelo grupo tem sido alvo de diversas modificações em função do feedback fornecido pelo tutor. Durante este processo de alteração e reestruturação do documento foi-me possível reflectir sobre o trabalho de um licenciado em Ciências da Educação, sobre as capacidades e competências fundamentais e necessárias a desenvolver nesta área. A concepção e elaboração de recursos pedagógicos deste âmbito cabe essencialmente a profissionais de educação como nós, com conhecimentos no domínio da planificação, construção e avaliação de metodologias e recursos educativos. Neste contexto, tanto para a elaboração de recursos educativos como para os diversos trabalhos em educação é fundamental que um profissional desta área desenvolva e possua competências de trabalho colaborativo, espírito de equipa, sentido de responsabilidades, capacidade de reflexão, problematização e questionamento da realidade. O trabalho colaborativo é fundamental para o processo de aprendizagem e para a qualidade do produto que se pretende alcançar. Além de fomentar a partilha e troca de conhecimentos, pensamentos e valores, a colaboração entre pares beneficia também do desenvolvimento das relações humanas.
Paralelamente, o espírito de equipa advém do sentido de pertença a um grupo e dos vínculos que nele se estabelecem. A preocupação com o outro, a partilha, a entreajuda caracterizam este sentimento de inclusão, de contribuição e colaboração para e com o grupo.
O sentido de responsabilidade é fundamental e fulcral para o sucesso o trabalho e para bom funcionamento grupal. A capacidade de desempenhar uma tarefa com qualidade, de cumprir com prazos, de procurar ser melhor, de consultar o grupo, são traços fundamentais que caracterizam o ser-responsável.
A capacidade de reflexão é essencial para o ambiente entre o grupo e para o desempenho das diversas tarefas. Problematizar, questionar a realidade, propor soluções para os problemas contribui para a qualidade do trabalho e para o desenvolvimento das relações intergrupais.
Estas são algumas das competências que me vi a trabalhar e a desenvolver ao longo da concepção do Guião de Visitas, e que são desenvolvidas no decorrer da licenciatura. Considero o desenvolvimento e investimento nestas competências uma mais-valia para uma futuro integração no mercado de trabalho e para as dinâmicas do mundo social. Afinal de contas em ambos os contextos lidamos com pessoas, criamos e desenvolvemos relações, comunicamos, partilhamos, experênciamos, sendo portanto fundamental o domínio das capacidades e competências sociais, comunicacionais e relacionais para uma boa adaptação e integração no mundo profissional e social.
_________________Comunicação em Educação_________________
16 de Abril de 2014
No dia 16 de abril de 2014, a sessão foi essencialmente destinada ao feedback da segunda versão do Guião de Visitas elaborado pelo grupo. O tutor elaborou algumas indicações sobre os aspectos a melhorar e reforçou os pontos positivos, elogiando globalmente o trabalho realizado. O facto de a construção do Guião de Visitas se encontrar em constante feedback e modificações prende-se, em primeiro lugar, com a falta de experiência na elaboração de recursos deste tipo e em segundo lugar, com a falha na comunicação entre nós-tutor, isto é, por não compreendermos muitas vezes a linguagem e o conteúdo da mensagem que o tutor quer passar. Apesar desta lacuna na comunicação, o grupo já alertou o tutor que por vezes não compreende a sua mensagem, sendo que tem sido feito um esforço no sentido de se melhorar esta capacidade.
Neste contexto, em função deste aspecto identificado como algo a trabalhar e melhorar, considero oportuno (re)pensarmos e reflectirmos sobre a comunicação em educação e a educação como comunicação, procurando deste modo compreender como é que podemos melhorar a comunicação na relação nós-tutor.
A comunicação em Educação é fundamental para o processo de aprendizagem, para o desenvolvimento pessoal e profissional do ser humano e para o investimento e manutenção das relações sociais. Nesta lógica, considero essencial questionarmo-nos sobre “o que é comunicar?”, “o que é que é uma boa comunicação?”, “como comunicar de forma eficaz?”.
O ser humano é um ser social que interage como o outro, envia mensagens e recebe, transmite sinais e recebe igualmente, portanto comunica. Neste sentido, comunicar é o externalizar conhecimentos, emoções, opiniões, crenças, valores. Em educação e nas relações que derivam do seu processo – professor-aluno, aluno-aluno, tutor-estagiário, pai-filho – a comunicação é o meio segundo o qual se transmite um dado conhecimento e, paralelamente, se interpreta e apropria essa transmissão, essa partilha.
Legenda: Emissor (A) - iniciativa da comunicação. Transmite a mensagem; Receptor (B) - a quem se dirige a mensagem. Recebe a mensagem e tem uma reação à mensagem recebida. Responde ao Emissor, realimentando a comunicação; Mensagem - conteúdo da comunicação; Código - grupo de símbolos utilizado para passar a mensagem.
No caso concreto da situação vivida por nós no estágio, a comunicação é o meio que nos permite criar uma relação com o tutor, influenciando portanto toda a interação estabelecida entre nós e ele. Através da comunicação, são-nos atribuídas tarefas concretas – elaboração do Guião de Visitas -, sendo que cada uma das tarefas é explicada pelo tutor. A linguagem utilizada pelo tutor é, maioritariamente, complexa e o seu conteúdo foge não vai ao encontro da nossa área de conhecimentos. Neste sentido, torna-se complicado por vezes compreendermos o objectivo e o teor da sua comunicação, precisamente por a linguagem ser extremamente técnica e complexa.
Legenda: Quando a mensagem não é captada ou percebida e a comunicação entre duas pessoas é interrompida. Exemplo: Quando o tutor nos está a explicar como estruturar um determinado ponto do Guião de Visitas recorrendo a uma linguagem técnica e complexa (decorrente da área das Tecnologias e Informática), e nós não compreendemos a mensagem.
Em função desta dificuldade, deparo-me diversas vezes a solicitar ao tutor que adeque a sua linguagem e que especifique cada tarefa detalhadamente de forma simples. O próprio tutor, quando se apercebe que nos está a dificultar a comunicação, explica que lhe é difícil distanciar-se da sua área – Tecnologias e informática – e que portanto se esquece que quando interage connosco não se encontra propriamente a relacionar com pessoas do seu contexto profissional.
Tendo em conta tudo o que foi referido anteriormente, é oportuno reflectirmos e pensarmos na questão “como melhorar a comunicação?”.
Neste sentido, considero que uma boa comunicação, uma comunicação com qualidade requer o aprender a melhorar a transmissão, adaptando a mensagem á linguagem, vocabulário do receptor; o aperfeiçoamento da própria recepção, através da observação e do feedback; e o saber ouvir, ir além da mensagem, interpretá-la e apropria-la, há conteúdos que não são manifestos na comunicação: não-verbais, verbais, atitudinais, comportamentais.
Para concluir esta reflexão, apresento uma citação que a meu ver traduz o segredo da boa comunicação, o ingrediente-chave para a melhoria da comunicação:
“O bom comunicador é bom ouvinte”.
_________________Relação Pedagógica_________________
23 de Abril de 2014
No dia 23 de abril de 2014, a sessão foi fundamentalmente direcionada para o feedback do Guião de Visitas novamente reformulado pelo grupo. As orientações foram mais uma vez focadas para a estrutura do Guião, para a sua organização. O feedback que vai sendo dado ao grupo no decorrer das sessões é fundamental para o desenvolvimento da relação pedagógica tutor-grupo.
Em educação, a relação pedagógica refere-se ao contacto interpessoal que se gera entre os intervenientes de uma determinada situação pedagógica, sendo que neste âmbito faz sentido reflectirmos sobre a relação professor-aluno. Neste sentido, este tipo de relação abrange todos os intervenientes do processo pedagógico (professor-aluno, aluno-aluno, escola-familia…).
A relação pedagógica reveste-se portanto de uma especificidade que se expressa pela sua natureza cognitiva. Embora integre vários tipos de investimento pessoal do professor e do aluno, a relação pedagógica visa, do meu ponto de vista, a transmissão ou aquisição de saberes de forma contínua. Outro aspecto que marca a relação pedagógica é o facto de existir uma posição desigual entre o professor e o aluno, sugerindo portanto uma relação também marcada pela autoridade.
Mas afinal o que é que eu entendo por relação pedagógica?
No meu entender, a relação pedagógica torna-se numa relação educativa no momento em que, não se restringe apenas à mera transmissão do conhecimento, mas compromete e envolve os seres em questão num encontro, numa relação onde cada parte se descobre a si mesmo e ao outro.
Quando falamos em relação pedagógica é fundamental primeiramente compreendermos o significado e o sentido que a relação sugere. A palavra “relação”, de origem latina “relatione”, significa “vinculação, ligação, referência” (Ferreira, 1999, p.1735), sendo neste sentido uma acção que envolve mais do que um elemento que, em comum, apresentam uma especificidade que os leva a se sentirem atraídos. No âmbito da educação, o ponto de atracção (ou a referência) que liga o professor ao aluno é o conhecimento. A palavra “pedagógica”, de origem grega “paidagogikós”, refere-se à teoria da ciência, da educação e do ensino (Ferreira, 1999, p.1523).
Neste contexto, compreendi que a relação pedagógica se refere a toda a relação que vise ensinar e aprender, numa envolvência contínua dos indivíduos que têm em comum a aprendizagem. No espaço pedagógico onde os intervenientes actuam e se encontram com o conhecimento, desenrolam-se processos de pesquisa, análise, pensamento, reflexão em que os intervenientes em questão procuram o renascer do seu próprio conhecimento.
De acordo com Postic (1990, p.12) a relação pedagógica refere-se ao “conjunto de relações sociais que se estabelecem entre o educador e aqueles que educa para atingir objectivos educativos (…), relações essas que possuem características cognitivas e afectivas identificáveis, que têm um desenvolvimento e vivem uma história”.
A acção educativa deve ser construída com base em relações consolidadas por meio de um processo de questionamento do conhecimento, sendo que o espaço de aprendizagem necessita da curiosidade inata do ser humano para o aprofundamento dos mesmos. Tal como Rojas (1998, p.76) refere “Construir conhecimento significa construir-se com ele. [...] Deixar de lado os pré-conceitos e fazer emergir conceitos, rumos, processos, vida... renascimento!...”.
Neste sentido, importa compreendermos que a relação pedagógica orienta o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem uma vez que as relações interpessoais em questão traçam e delineiam os próprios sujeitos. Tal como Postic (1996, p.92) refere “(…) é nas relações sociais, introduzidas pelo acto educativo, que o indivíduo – criança – adolescente ou adulto – se descobre, evolui e se estrutura”. Neste contexto, cabe ao professor/ tutor proporcionar o desenvolvimento de uma relação que permita ao aluno se descobrir e evoluir, isto é, uma relação construída com base no respeito mútuo, na reciprocidade, na cumplicidade e na liberdade de expressão de sentimentos, conhecimentos e saberes. Neste sentido, o professor deverá inteirar-se sobre os interesses do aluno nomeadamente da sua cultura, dos seus conhecimentos, dos seus valores e portanto, potencia-los para a construção do seu desenvolvimento pessoal.
Portanto, as práticas educativas quando baseadas numa relação pedagógica que envolve afectividade entre os intervenientes, reflectem uma aprendizagem alicerçada na alegria e no encanto que é aprender. Conceber e viver o processo educativo num cenário privilegiado pela afectividade sugere uma visão da escola como um espaço de vida e com vida. Vidas em construção, em desenvolvimento, em maturação. Vidas em interação e comunicação, construindo e investindo numa história, em sonhos, ambições, desejos. Em educação, a questão da afectividade é fundamental na medida em que o sujeito afecta e é afectado pelo outro, num processo em que ambos se descobrem e se educam com fim à construção de um novo conhecimento.
A nossa experiencia na instituição, permitiu-me reflectir e compreender sobre esta questão da relação pedagógica uma vez que vi na relação que estabelecemos com o tutor todas estas questões da afectividade, da construção do conhecimento conjunta, do processo de descoberta do meu “eu” em relação e interação com os outros.
Referências
FERREIRA (1999), Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa do Séc. XXI. Rio de Janeiro: Nova Fronteira
POSTIC (1990), Marcel. A relação pedagógica. 2 ed. Coimbra, Portugal: Editora Coimbra Ltda. (Coleção psicopedagogia).
ROJAS (1998), Jucimara. Interdisciplinaridade na ação didática: momento da arte/magia do ser professor. Campo Grande (MS): Editora UFMS.
_________________ Instrumentos de Avaliação_________________
30 de Abril de 2014
No dia 30 de abril de 2014, a sessão foi essencialmente focada para o feedback dos instrumentos de avaliação do projecto e do Roteiro Pedagógico desenvolvidos pelo grupo. Ambos os instrumentos foram alvo de análise por parte da coordenadora da instituição e pelo tutor, visto que a primeira é especialista na área de metodologias de investigação.
O desenvolvimento de instrumentos de avaliação é uma tarefa bastante complexa e carece de constante reformulação, análise e reflexão.
Considero que uma das questões fundamentais a ter em conta quando falamos de avaliação é a questão da objectividade e da subjectividade. Por mais rigor que queiramos dar aos instrumentos de avaliação a subjectividade está inevitavelmente presente quer na escolha que se faz dos critérios, no modo como se apresentam e até mesmo na linguagem utilizada. Portanto a subjectividade é sempre manifestada na leitura e interpretação que o avaliado faz das questões que se lhe apresentam.
A leitura e interpretação que o avaliador faz das respostas obtidas do avaliado, as expectativas que cria em relação às mesmas são igualmente alvo de subjectividade. Portanto, a aceitação da subjectividade em avaliação surge como uma condição para uma aproximação mais rigorosa da realidade e para o aprofundar dos problemas. Aceitar o carácter subjectivo da avaliação é então uma maneira eficaz de procurar controlá-la, evitando neste sentido a ilusão de que a objectividade é alcançável. Não sendo de todo possível evitar a subjectividade é desejável procurar torna-la relativa sendo que o percurso a seguir é confrontar as diversas subjectividades do processo de avaliação.
Neste contexto, é necessário ter em conta que não há instrumentos de avaliação que facultem uma imagem nítida, definitiva e completa da realidade. O avaliador está sujeito, em diferentes momentos, a ler e interpretar de forma diferente os resultados óbtidos. Portanto, não existem instrumentos de avaliação “difíceis” ou “fáceis”, a dificuldade depende do contexto de realização e das variáveis relacionadas entre si.
Quando falamos em instrumentos de avaliação e em recursos educativos, importa igualmente reflectir sobre a questão a validade dos mesmos. A validação refere-se portanto “ao processo de examinar a precisão de uma determinada predição ou inferência realizada a partir dos escores de um teste” (Raymundo, 2009). Assim, validar vai além da demonstração do valor de um instrumento, referindo-se a todo o processo de investigação. Neste sentido, o processo de validação exige uma continuidade e repetição para o mesmo instrumento de avaliação.
A validação refere-se assim, a um procedimento metodológico em que se avalia a qualidade de um instrumento. Segundo Krech et al. (1975) a validação estabelece até que ponto o instrumento mede aquilo que pretende medir. Neste sentido, é oportuno referir que existem três tipos de validade: a validade de conteúdo, a validade por referência a um critério e a validade de construto ou conceito (Raymundo, 2009). Na primeira procura-se apreciar em que medida “o conteúdo da prova (itens) cobre os aspectos mais relevantes do construto (definição operacional da dimensão psicológica avaliada)” (Almeida e Freire, 2008). Nesta etapa a validação do conteúdo é feita por especialistas. De acordo com Pasquali (2003), são necessários seis especialistas, no mínimo, para realizar a avaliação do instrumento. No caso do instrumento construído pelo grupo – o Roteiro Pedagógico –, este será validado por uma equipa de três especialistas em Ciências da Educação, que irá analisar, interpretar e avaliar o mesmo. Esta avaliação irá recair em diversas dimensões/ critérios do instrumento nomeadamente sobre o seu conteúdo (adequação ao público-alvo e pertinência), a linguagem utilizada (adequada ao público-alvo), a estrutura e organização, as actividades (adequação, aprendizagens…) entre outros. Vejo a validação do Roteiro como uma oportunidade e uma mais-valia que surgiu inesperadamente, visto que esta é uma realidade com que irei lidar e contactar num futuro bastante próximo. O facto de ter experienciado o desenho e elaboração de um recurso educativo e a sua validação por verdadeiros especialista na área permitiu-me assistir, observar e viver em directo o mundo do trabalho reservado a um futuro licenciado em Ciências da Educação. Percebi que neste âmbito, a área do planeamento e desenvolvimento de recursos educativos oferece inúmeras oportunidades e ofertas no mercado de trabalho, sendo um universo repleto novos conhecimentos e inovação a investir e explorar. As tecnologias são o futuro, e na nossa área – em Ciências da Educação -, aliar as tecnologias à educação poderá contribuir para inovar, melhorar e alcançar a qualidade da Escola que tanto se deseja.
Referências
Almeida, L. S. e Freire, T. (2008). Metodologias de Investigação em Psicologia e Educação. 5ª edição. Psiquilíbrios Edições
Krech, D., Crutchfield, R.S., e Ballachey, E.L. (1975). O Indivíduo na Sociedade: Um Manual de Psicologia Social. 3ª ed. São Paulo: Pioneira Editora.
Raymundo, V. P. (2009). Construção e validação de instrumentos: um desafio para a psicolinguística. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 44, n. 3, p. 86-93, jul./set.
Pasquali, L. (2003). Psicometria: teoria dos testes na psicologia e na educação. Petrópolis: Vozes.
_________________ Alteração do Plano Inicial_________________
7 de Maio de 2014
No dia 7 de Maio de 2014, a sessão foi essencialmente direcionada para a discussão do ponto de situação do projecto do grupo. Em conjunto com a instituição, chegamos à conclusão que a etapa do desenvolvimento/implementação do projecto, isto é, da intervenção no Museu da Cidade não será possível concretizar devidos a diversos factores. Estes factores prendem-se com o facto de o calendário escolar do público-alvo em questão – alunos do 6º ano do ensino básico – não decorrer nos mesmos “timings” do nosso calendário escolar, sendo portanto complicado conjugar com os dois calendários. A agravar este factor, constata-se que este ano lectivo, especificamente no 3º período que está a decorrer, há exames nacionais de 6º ano que portanto acentuam a dificuldade de encontrarmos um grupo-teste para o projecto.
Neste contexto, perante esta impossibilidade de intervenção no Museu da Cidade, a instituição propôs que o Roteiro Pedagógico fosse avaliado e validado por especialistas das Ciências da Educação. Do meu ponto de vista e tendo em conta a área em que estou, considero esta proposta bastante adequada e contextualizada visto que num futuro muito próximo poderei confrontar-me com uma realidade semelhante no que se refere à planificação e elaboração de recursos educativos e sua validação. No âmbito do projecto desenvolvido pelo grupo, considero ainda que o processo de validação do instrumento faz ainda mais sentido uma vez que estamos a trabalhar numa área de concepção de recursos educativos e numa instituição que se foca sobretudo no desenvolvimento destes instrumentos e na sua avaliação.
Portanto, no que se refere ao projecto e ao que foi planeado inicialmente pelo grupo constata-se que houve alterações do plano inicial especificamente na etapa de implementação do projecto. A questão que me coloco é “as alterações do planeamento do projecto irão alterar a rota e os objectivos do mesmo?”. Neste sentido, considero que as modificações ao nível do que foi planificado e planeado não reflectem um cariz negativo ou um constrangimento no projecto, pelo contrário estas alterações e modificações surgem em consequência de dificuldades, obstáculos e imprevistos que aquando a planificação é impossível de prever. Assim, encaro a reestruturação da etapa de desenvolvimento/implementação com um olhar bastante positivo, como uma mais-valia para o sucesso e melhoria do projecto. Os objectivos inicialmente estipulados mantêm-se assim como a direcção e rumo do projecto.
Este processo de reflexão que tenho vindo a desenvolver ao longo da etapa de desenvolvimento e implementação do projecto é fundamental e deve acompanhar o mesmo desde o seu diagnóstico até à sua avaliação. É através da reflexão que nos é possível compreender se nos encontramos a caminhar na direcção mais acertada, se estamos a tomar as melhores decisões, se estamos ou não a cumprir com o plano inicial, se é necessário reestruturar esse plano no sentido de se procurar contornar e prever possíveis obstáculos e constrangimentos. Neste sentido, o olhar crítico e o pensamento reflexivo devem acompanhar todo o processo de planeamento, desenvolvimento e avaliação do projecto tendo sempre em conta os objectivos e as metas a alcançar.
No âmbito da importância do processo de reflexão e do pensamento crítico, encontrei um vídeo que ilustra de uma forma muito bem conseguida a importância do pensamento e do olhar crítico perante as situações:
O pensamento crítico e o olha reflexivo perante a realidade permite-nos olhar o mundo e as suas diversas dimensões a cores e não a preto e branco, permite-nos ver e compreender a verdade.
___________ Reunião de discussão do Ponto de Situação___________
14 de Maio de 2014
No dia 14 de Maio de 2014, a sessão foi dividida em diversos momentos:
- num primeiro momento: feedback das actividades desenvolvidas no Guião do Professor;
- num segundo momento: reunião com a docente da unidade curricular de Seminário e com os tutores;
- num terceiro momento: calendarização dos prazos das tarefas.
Neste contexto, primeiramente os tutores focaram-se em dar feedback sobre as actividades desenhadas pelo grupo, sendo que as principais orientações foram dadas no sentido de se melhorar a estrutura e metodologia das mesmas. Portanto, as alterações irão incidir na forma como as actividades estão organizadas bem como nas propostas de exploração e abordagem das mesmas (propostas de exploração: tirar uma fotografia a uma peça, fazer um filme, preencher um quizz). Enquanto futura licenciadas em Ciências da Educação tenho plena consciência de qualquer processo de aprendizagem é demorado e exige muito tempo e dedicação. O trabalho que temos vindo a desenvolver desde o início do ano tem sido realizado por diversas fases sendo que a fase de finalização de encontra um bocado demorada. Do meu ponto de vista, este imprevisto (referente à demora da finalização do trabalho) surge em função da falta de apoio da instituição, especificamente do acompanhamento dos tutores em relação ao grupo e ao seu trabalho. Tenho consciência que os tutores são profissionais bastante ocupados e com calendários muito preenchidos, no entanto, quando nos aceitaram e nos integraram na instituição, assumiram o compromisso de se responsabilizarem por nós, pelo nosso trabalho e por nos facultarem um acompanhamento sistemático. Assim, uma das questões que tenho vindo a reflectir nesta fase final do trabalho é “porque é que os tutores aceitaram o compromisso de nos acompanharem e apoiarem no nosso projecto, se não dispõe realmente do tempo e disponibilidade necessárias?”.
Apesar de considerar que o trabalho desenvolvido pelo grupo tem bastante qualidade, tenho consciência de que se o acompanhamento e apoio da instituição fosse mais pontual talvez o resultado fosse ainda melhor.
No segundo momento da sessão, reunimos com os tutores e com a docente de Seminário com fim a discutir o rumo do trabalho realizado pelo grupo. Neste contexto, tendo em conta que nesta etapa em que nos encontramos não é de todo possível aplicar o projecto a um grupo-teste, concordou-se que a melhor opção seria o instrumento desenvolvido ser validado por especialistas das Ciências da Educação. Em conjunto com a docente de Seminário, considerou-se que esta opção é bastante adequada às Ciências da Educação, sendo que se enquadra perfeitamente no âmbito do futuro mundo do trabalho. Do meu ponto de vista, esta nova proposta do instrumento ser validado por especialistas da área faz mais sentido uma vez que num futuro bastante próximo, no mundo do trabalho, esta será uma possível realidade com que nos poderemos confrontar.
Neste sentido, constatou-se que para se validar o instrumento produzido pelo grupo é necessário desenvolver um instrumento de avaliação, nomeadamente uma matriz. Assim, o grupo ficou com a tarefa de construir a referida matriz para que posteriormente os especialistas possam validar o seu trabalho.
As tarefas que nos têm sido pedidas, não são de todo fáceis uma vez que não temos qualquer experiencia no desenvolvimento de instrumentos deste cariz. No entanto, é nestas oportunidades que vejo o verdadeiro trabalho de um profissional em Ciências da Educação! É ao concretizar as mesmas que vou construindo e traçando o meu próprio caminho nas Ciências da Educação, que me vou desenvolvendo enquanto profissional e que vou aprendendo as verdadeiras competências que a área exige!
No final da sessão, em conjunto com a docente e os tutores, desenhamos uma calendarização onde traçamos objectivos e datas a cumprir. Considerando o panorama vivido até ao momento relativamente ao cumprimento com os prazos, tenho consciência que muito dificilmente se irá cumprir com o estipulado, uma vez que não depende apenas do grupo o alcance dos diversos objectivos. As experiencias que temos vivenciado ao longo do estágio permitem-me prever que muito possivelmente esta calendarização proposta será atrasada em consequência da falta de apoio e acompanhamento dos tutores em relação ao nosso trabalho.
No entanto, mantendo uma atitude positiva acredito que tudo aquilo a que nos propomos alcançar será concretizado tendo em conta a responsabilidade e dedicação do grupo, bem como a sua vontade de alcançar os tão desejados resultados com sucesso.
___________________ Trabalhar em equipa___________________
21 de Maio de 2014
Na sessão de dia 21 de Maio de 2014, o grupo apresentou aos tutores uma primeira versão da matriz de validação do Guião do Professor. Tendo em conta que o grupo nunca desenvolveu nenhum instrumento de avaliação desta natureza, constatou-se que o trabalho apresentado se encontrava bastante desenquadrado e pouco adequado aos objectivos. Neste sentido, os tutores deram feedback sobre o mesmo, apontando os aspectos que se encontravam bastante incorrectos. À semelhança de outras situações que temos vindo a vivenciar durante o estagio na instituição, o feedback e as orientações fornecidas apenas apontam o que se encontra errado no trabalho, não sugerindo onde, o quê e como é que deve ser alteração. Neste sentido, esse feedback é pouco claro para nós, não sendo portanto uma mais-valia na tentativa de melhorarmos o nosso desempenho, o nosso trabalho.
Quando demonstramos a nossa insatisfação e desamparo aos tutores, o que sinto é que os mesmos não compreendem e não interpretam de todo a nossa partilha. Isto deve-se sobretudo à falha na comunicação que tenho vindo a reflectir no presente portefólio. A preocupação dos tutores em manter a formalidade e em demonstrarem o seu profissionalismo é tal, que em diversos momentos se esquecem de que nós não falamos a mesma língua, somos de áreas diferentes e portanto, necessitamos de interagir num ambiente mais informal e descontraído para nos fazermos compreender e compreendermos os tutores.
O próprio tempo de acompanhamento e disponibilidade para orientarem o nosso trabalho presencialmente é limitado, uma vez que as suas agendas são bastante preenchidas. É neste sentido, que temos vindo a sentir ao longo do tempo que o nosso trabalho é mais um encargo para os tutores.
Nesta última etapa na nossa estadia na instituição estas têm sido as maiores dificuldades por nós sentidas. O facto de os tutores não nos acompanharem pontualmente tem-se revelado um entrave ao avanço do nosso projecto, uma vez que tudo depende do feedback. Acredito que se o nosso projecto dependesse apenas de nós, que já estaria concluído numa fase mais prematura. No entanto, trabalhar em equipa significa que nos temos que adaptar aos diversos elementos, aos seus ritmos e disponibilidades. A capacidade de trabalhar em equipa é uma das principais das Ciências da Educação. No entanto nem sempre é fácil trabalhar nestes moldes. Por vezes os conflitos e opiniões ou até mesmo a incapacidade de partilhar pensamentos e ideias podem diminuir o desempenho do grupo.
No trabalho em equipa é possível identificar-se diversos pontos positivos nomeadamente o facto de permitir lidar com novos desafios; contribuir para uma maior eficácia da organização; por visar alcançar determinados objectivos comuns; o enriquecimento pessoal e interpessoal através da troca e partilha de ideias e conhecimentos; distribuir a responsabilidade por todos os elementos da equipa e fomentar o espírito de entreajuda e cooperação que geram por sua vez relações de confiança e expectativas. Neste sentido, trabalhar em equipa é uma competência que também se aprende! Existem diversas técnicas que nos podem orientar no nosso desempenho no trabalho em equipa: primeiramente é necessário termos em conta a linguagem, uma vez que existem linguagens técnicas pouco acessíveis à maioria dos indivíduos. No processo de interação e relação com o grupo, é fundamental que não se subestime o outro, sendo essencial respeitar todas as opiniões. Ser confiante é determinante para o nosso desempenho, a confiança é algo que se transmite na relação com os outros. Investir no conhecimento é fundamental para enriquecer a nossa criatividade na procura de ideias novas e inovadoras, bem como na capacidade de reflexão e questionamento da realidade que nos rodeia.
Uma equipa deve funcionar em função de determinados requisitos para que o seu trabalho alcance determinado patamar de sucesso. Neste sentido, todos os elementos devem possuir um pensamento positivo em relação ao trabalho, cada elemento deve ser auto-confiante e respeitar os outros, deve ser focado nos principais objectivos da equipa, e deve mostrar a sua motivação aos restantes elementos.
Portanto, no que se refere ao trabalho em equipa que temos vindo a vivenciar na instituição, verifica-se que existem uma série de pontos que necessitam de ser trabalhados e reflectidos por todos os elementos. Apesar de tudo considero que todos os elementos se esforçaram no sentido de procurar atingir os objectivos do projecto.
Auto-avaliando-me, considero que a competência de trabalhar em equipa faz parte do meu perfil enquanto futura licenciada em Ciências da Educação, sendo que ao longo destes três anos de licenciatura aproveitei todas as oportunidades que me permitiram desenvolver e crescer neste sentido.
Quais as mais-valias de trabalhar em equipa?
_______________________ Expectativas_______________________
28 de Maio de 2014
No dia 28 de Maio de 2014, seria (segundo a calendarização das tarefas) o prazo máximo de finalização da matriz de validação do Guião do Professor e do próprio Guião. No entanto, tendo em conta que os tutores têm tido dificuldade em disponibilizar do seu tempo para nos dar feedback e orientações do trabalho atempadamente, estas metas não serão alcançadas nos devidos prazos. As expectativas que vamos criando acerca dos tutores e do nosso trabalho têm sido todas demasiado altas, sendo que as desilusões que temos sentido surgem em função destas expectativas.
De acordo com Mednicoff (2008) as expectativas referem-se a "um processo inconsciente e automático, através do qual um conteúdo inconsciente para o sujeito é transferido para um objeto, fazendo com que este conteúdo pareça pertencer ao objeto. A projeção cessa no momento em que se torna consciente, isto é, ao ser constatado que o conteúdo pertence ao sujeito.".
A expectativa é um sentimento que todo o individuo experimenta. Todos os dias, nos diversos aspectos do seu quotidiano, o individuo move-se em função das suas ambições, do desejo que realizar algo novo, de superar as suas limitações, de alcançar os objectivos para o qual está empenhado. Ter expectativas é fundamental uma vez que são as mesmas que nos movem e nos levam a agir de determinada maneira, que nos encaminham a seguir numa determinada direcção. Quando criamos demasiadas expectativas afastamo-nos da realidade e por vezes ansiamos por algo inalcançável.
No entanto, vivermos sem expectativas torna-nos em indivíduos desinteressados e desmotivados. Não devemos deixar de sonhar, de desejar ou de ambicionar! Devemos lutar pelos nossos objectivos e metas, mas é necessário adequadar os nossos desejos e ambições à realidade, tendo consciência de que nem tudo acontece segundo a nossa vontade. Neste sentido, é fundamental que aprendamos a lidar com a realidade e com o nosso quotidiano tal e qual como ele é, de forma realista! Aprender a administrar as expectativas que criamos é sem duvida a melhor forma de lidar com as frustrações e decepções que surgem inevitavelmente no nosso caminho.
Quando trabalhamos numa instituição ou num projecto, as expectativas também nos acompanham. O facto de ansiarmos e esperarmos por um determinado resultado já é fruto de uma expectativa. As expectativas são portanto aquilo que esperamos que seja o resultado do que fazemos, dizemos ou planeamos.
Neste contexto, para evitar a frustração e a decepção devemos questionar-nos “as minhas expectativas são coerentes com a realidade?”. A realidade encontra-se muitas vezes distante daquilo que são as nossas expectativas, no entanto tendemos para ignorar este facto. A expectativa destabiliza a nossa harmonia e equilíbrio interno, sendo que quanto mais ansiamos e esperamos por um determinado resultado, mais difícil se torna alcança-lo. Outro conflito que surge da expectativa refere-se à nossa tendência para esperarmos determinadas atitudes e comportamentos de alguém que depois não correspondem com o que idealizamos.
Portanto esta questão das expectativas é fundamental para compreendermos o nosso desempenho e o dos outros num determinado contexto. No que se refere ao nosso trabalho na instituição, as expectativas que criei em relação aos tutores e ao seu apoio e disponibilidade para connosco foram evidentemente demasiado elevadas, sendo que o sentimento que predomina nesta fase final do projecto, é de alguma frustração e desânimo. No entanto, tem sido feito um esforço para se compreender a realidade, sendo que se tem procurado contornar determindas expectativas que se criou, com fim a minimizar sentimentos derrotistas.
Em educação, a questão das expectativas é fundamental quer nas relações e interações que se estabelecem nos diversos contextos, como no processo de ensino-aprendizagem. A aprendizagem depende fortemente das expectativas que se evidenciam nos diversos intervenientes.
______________________ Avaliação Global______________________
4 de Junho de 2014
No dia 4 de Junho de 2014, foi a última sessão presencial na instituição. Neste sentido, os tutores focaram-se fundamentalmente em dar apoio a todo o trabalho desenvolvido pelo grupo: ao Guião do Professor, aos instrumentos de avaliação e à matriz. Estas orientações foram fundamentais para nos encaminharem para a finalização do projecto. Através do diálogo e de uma comunicação fluente foi-nos possível identificar especificamente quais os aspectos a melhorar e como fazê-lo. Ficamos bastante satisfeitas com o apoio dado nesta última sessão, uma vez que pela primeira vez sentimos que realmente estávamos a ser acompanhadas e a trabalhar em conjunto com a instituição.
Procurando reflectir sobre todo o trabalho desenvolvido ao longo deste ano na instituição, considero fundamental avaliar o desempenho do grupo no seio da instituição e no seu próprio projecto. Assim, reflectindo sobre o nosso desempenho na instituição, nomeadamente à nossa capacidade de trabalhar em equipa e de integrar o grupo da instituição, considero que desde o primeiro momento em que nos envolveram na organização que é notório o esforço no sentido de nos adaptarmos ao contexto e ambiente institucional, às suas regras e procedimentos, aos seus objectivos e metas e aos seus recursos humanos. Procuramos conhecer especificamente os principais fins e metas da instituição, bem como os seus métodos de trabalho, o seu modo de funcionamento e as suas dinâmicas. Portanto o nosso modo de estar e de agir foi adaptado à realidade institucional em questão.
Quando nos integraram especificamente na equipa da instituição e nos deram a conhecer o seu projecto, passamos a assumir uma responsabilidade enquanto membros pertencentes a um grupo. Tivemos que nos inteirar dos diversos projecto desenvolvidos pela instituição, conhecer os diversos técnicos e as suas funções. Posteriormente, quando nos apresentaram a proposta de integrarmos um projecto específico, a motivação elevou-se quando percebemos que realmente estamos a caminhar a passos largos para a realidade profissional. Neste sentido, desde o início que o grupo se tem esforçado por procurar corresponder com os objectivos e expectativas da equipa, tendo sempre em conta o seu projecto e as metas visadas. Todo o trabalho desenvolvido no sentido de alcançar os resultados do projecto, tem sido realizado com muita dedicação, responsabilidade e empenho, sendo que somos incansáveis na tentativa de não falhar com nenhum passo nem nenhuma fase do projecto. Há uma preocupação constante em corresponder inteiramente ao feedback e orientações dadas pelos tutores, visando-se sempre progredir e avançar no projecto.
No que se refere ao trabalho em equipa, considero que o grupo se esforçou bastante para manter a harmonia e a colaboração entre os elementos, no entanto o conflito em diversos momentos foi inevitável. Porém, a entreajuda, a cooperação, a responsabilidade e a dedicação acompanharam deste sempre o ambiente da equipa. Esta capacidade de trabalhar em equipa, foi aprendida e desenvolvida fundamentalmente ao longo da licenciatura, sendo um dos pontos que considero mais relevantes da licenciatura em Ciências da Educação.
Relativamente ao projecto especificamente, considero que o desempenho do grupo foi bastante bom, sendo que o trabalho chegou onde chegou devido ao esforço e dedicação dos elementos do grupo. A preocupação com o cumprimento das tarefas com qualidade foi incansável ao longo dos dois semestres, sendo que desde sempre sentimos a necessidade e responsabilidade de cumprir todas as tarefas nos seus devidos prazos e respeitando todas as suas orientações. Os obstáculos que se atravessaram no nosso caminho foram fundamentalmente devido a falhas de comunicação, que em consequência penalizavam as orientações que guiavam o nosso trabalho. No entanto, a avaliação global que faço de todo o trabalho realizado é bastante positiva e de qualidade.
Tenho plena consciência que esta experiencia na instituição e o desenvolvimento do projecto contribuíram realmente para o meu crescimento e desenvolvimento nas Ciências da Educação, sendo que foi-me possível ir traçando o meu perfil e o meu caminho na área.
O caminho para o sucesso depende de nós: