Fichas de Leitura
______________________1º Semestre_____________________
_______________Ficha de Leitura 1 – Texto “Situação de entrevista e estratégia do entrevistador”_______________
Resumo
O presente texto aborda essencialmente a temática da entrevista, nomeadamente a sua definição, metodologia, os seus momentos e as estratégias do entrevistador. São referidos também os momentos-chave da entrevista bem como algumas reflexões acerca da utilidade deste instrumento de recolha de dados.
Palavras-Chave
Entrevista; Investigação; Metodologia; Estratégias; Momentos-Chave
Desenvolvimento
Inicialmente o autor começa por apresentar o contexto em que surgiu a entrevista, sendo que refere que esta emerge da necessidade de abordar e estudar em profundidade o individuo, a sua forma de ver o mundo, as suas crenças.
Posteriormente, o autor apresenta as razões que estão da base da escolha da entrevista como instrumento de recolha de dados.
Constata-se que ao se preferir a entrevista como instrumento opta-se por determinadas condições metodológicas nomeadamente “uma relação verbal entre o investigador e a pessoa interrogada”, isto é, por uma relação directa ou indirecta; “uma entrevista provocada pelo investigador”; “uma entrevista para fins de investigação”; “uma entrevista baseada na utilização de um guião (…)”; e “uma entrevista numa perspectiva intensiva”, isto é, que procura conhecer aprofundadamente as reacções do indivíduo (Ruquoy citado por Albarello, 1997).
Seguidamente, o texto sugere a distinção do tipo de entrevistas de acordo com o seu grau de liberdade, sendo que estas podem ser classificadas como um continuum, semidirectiva, directiva, relato de vida e não directiva.
O autor considera que a entrevista é o instrumento mais adequado quando utilizada para delimitar os “sistemas de representações, de valores, de normas veiculadas pelos indivíduos” (Ruquoy citado por Albarello, 1997).
No que se refere à orientação da entrevista, importa referir que de acordo com o autor o objecto de estudo e as hipóteses estabelecem a lista de questões por meio de um guião de entrevista.
Verifica-se também que existem vários momentos-chave da entrevista: os preliminares, em que se procura que o entrevistado se sinta associado à investigação; o início da entrevista; o corpo da entrevista; e o fim da entrevista.
Finalmente, o autor termina o texto considerando que é através de uma “visão menos ingénua do processo de entrevista que se assegura um melhor domínio da produção dos dados no sentido de uma informação mais fiável, completa e adequada” (Ruquoy citado por Albarello, 1997)
Reflexão Critica
Após a análise do texto e dos conteúdos apresentados pelo autor, considero que a entrevista é um instrumento de recolha de dados bastante útil e eficaz quando usado para estudar aprofundadamente um determinado contexto ou realidade, sendo que o entrevistador tem a possibilidade de aceder a informações mais detalhadas e pormenorizadas acerca do que pretender analisar.
No âmbito da unidade curricular de Seminário e do trabalho a realizar ao longo do semestre, a entrevista surge como um instrumento bastante relevante e pertinente para o estudo das instituições, nomeadamente no que se refere ao processo de recolha da informação e à interação com o contexto e seus intervenientes. Num primeiro momento do trabalho a realizar, a entrevista é fulcral na medida em que permite aceder a um conjunto de informações detalhadas acerca da instituição, dos seus actores sociais, dinâmicas, do seu quotidiano. Neste sentido, este instrumento de recolha de dados dá acesso a um diagnóstico da instituição, que permitirá compreender ao pormenor os objectivos, os fins, os projectos, o público-alvo, as necessidades das instituições.
Portanto, nesta primeira etapa do trabalho importa sobretudo compreender o porquê da utilização da entrevista como instrumento de recolha de dados e qual a sua finalidade, etapas e metodologia.
Referência Bibliográfica
Albarello, L. et al. (1997). Práticas e métodos de investigação em Ciências Sociais. Lisboa, Gradiva
Ruquoy, D. Situação de entrevista e estratégia do entrevistador
_Ficha de Leitura 2 – Texto “Fundamentos e processos de uma sociologia da acção:o planeamento em Ciências Sociais” Guerra, 2002_
Resumo
O presente texto aborda essencialmente a temática da construção de projectos, nomeadamente ao seu planeamento, as suas etapas e, essencialmente, a fase de diagnóstico. No contexto da fase de diagnóstico é feita a distinção dos conceitos de “finalidade”, “objectivos gerais” e “objectivos específicos”.
Palavras-Chave
Projecto; Diagnóstico; Etapas; Intervenção; Objectivos
Desenvolvimento
Inicialmente o texto começa por apresentar as etapas de construção de um projecto de intervenção sendo que, primeiramente se considera que um projecto “é a expressão de um desejo, (…) de uma necessidade, de uma situação a que se pretende responder” (Guerra, 2002). Neste contexto, verifica-se que – de acordo com o autor – as várias etapas de construção de um projecto são organizadas em quatro fases: a “emergência de uma vontade de mudança”, a “análise da situação e a realização do diagnóstico”, o “desenho do plano de acção”, e a “concretização, acompanhamento e avaliação do projecto” (Guerra, 2002).
No âmbito da temática em questão, constata-se que o diagnóstico é um conceito fundamental a definir sendo que pode ser considerado como um “processo de pesquisa-acção participado” (Guerra, 2002). Quando se fala em diagnóstico, o que se coloca em questão é o conhecimento científico dos fenómenos socias e a capacidade de definir intervenções que atinjam as causas dos fenómenos (Guerra, 2002).
Quando se inicia um trabalho, o diagnóstico surge como um instrumento fulcral a qualquer desenho de projecto, sendo que surge como um processo permanente, participado e inacabado (Guerra, 2002). É ainda definido como o “aprofundamento das dinâmicas de mudança, das potencialidades e dos obstáculos numa determinada situação” (Guerra, 2002). Segundo o autor, constata-se frequentemente que o diagnóstico é inicialmente muito aberto, deve considerar os diferentes actores, as suas necessidades específicas e a particularidades de funcionamento. É oportuno referir que existem três níveis de actores: os beneficiários da acção ou grupo-alvo, os condutores da acção e os decisores.
De acordo com o autor, verifica-se que o diagnóstico inclui três operações: a fase de pré-diagnóstico ou exploratória, baseada na documentação existente e em entrevistas; a fase de diagnóstico, através da recolha de informação em campo; e a fase de hierarquização dos problemas e de desenho de soluções alternativas. Para as diversas fases são sugeridos objectivos, metodologias, prioridades (Guerra, 2002).
Finalmente após a elaboração do diagnóstico, é necessário definir os objectivos a alcançar. Neste contexto, o autor sugere a distinção dos conceitos de “finalidades”, “objectivos gerais” e “objectivos específicos”, sendo que o primeiro se refere à razão de ser do projecto e à contribuição que o mesmo pode trazer aos problemas; o segundo descreve as orientações para a acção e são coerentes com as finalidades do projecto; e por fim, os objectivos específicos exprimem os resultados que se pretende alcançar (Guerra, 2002). Delineados os objectivos, é essencial analisar as formas de os atingir, isto é, as estratégias de intervenção.
Reflexão Critica
Após a análise e interpretação do texto e dos conteúdos, é relevante referir que das diversas etapas da construção de um projecto de intervenção, a fase de diagnóstico é fundamental para um bom planeamento do mesmo. Neste sentido, é essencial ter em conta as várias fases de diagnóstico - nesta etapa inicial de análise e estudo das instituições -, uma vez que é nestas que se irá recolher uma quantidade significativa de informação sobre as instituições. Para as diversas fases do diagnóstico, existem objectivos e metodologias diferentes, sendo portanto fundamental ter las em conta ao longo de todo o processo.
É também nesta etapa da elaboração do projecto que se irá delinear as finalidades, os objectivos gerais e específicos do mesmo, sendo que é necessário ter consciência da definição de cada conceito de modo a que sejam claros e coerentes.
Em jeito de conclusão, no âmbito do trabalho a realizar durante o 1º semestre na disciplina de Seminário de Integração Profissional IV, é necessário orientar o trabalho mediante determinadas etapas e fases de construção de um projecto de intervenção, sendo que para cada fase existe uma sequência de orientações e pressupostos a ter em conta.
Referência Bibliográfica
GUERRA, Isabel Carvalho (2002).Fundamentos e processos de uma sociologia da acção : o planeamento em Ciências Sociais. 2.ª ed. Cascais : Principia.
A construção de projectos de intervenção, p. 125-174.
_Ficha de Leitura 3 – Texto “Fundamentos e processos de uma sociologia da acção : o planeamento em Ciências Sociais” Guerra, 2002_
Resumo
O presente texto aborda fundamentalmente a temática dos objectivos e estratégias de acção de um projecto, nomeadamente a definição dos objectivos, as finalidades, as estratégias de intervenção e seu planeamento e a elaboração de um plano de acção.
Palavras-Chave
Projecto; Objectivos; Planeamento; Intervenção; Estratégias
Desenvolvimento
Inicialmente o texto refere que finalizada a etapa do diagnóstico “torna-se necessário definir os objectivos a atingir” (Guerra, 2002). Constata-se que tradicionalmente há uma preocupação em distinguir os conceitos de finalidades, objectivos gerais e objectivos específicos.
No que diz respeito às finalidades, estas referem-se à razão de ser do projecto e a contribuição que o mesmo pode trazer às questões ou problemas (Guerra, 2002). Os objectivos gerais procuram descrever as orientações para a acção, sendo que são coerentes com as finalidades do projecto, descrevendo as linhas do trabalho a concretizar. Verifica-se que segundo o autor, os objectivos “são globalizantes e geralmente não são datados nem localizados com precisão”, sendo que explicitam as intenções para cada um dos tipos de actores definidos como grupos-alvo do projecto (Guerra, 2002). Relativamente aos objectivos específicos, estes exprimem os resultados que se pretende alcançar. São formulados em termos operacionais, sendo que são considerados frequentemente como metas. De acordo com Guerra (2002), distinguem-se dos objectivos gerais na medida em que expressam de forma mais descritiva situações a concretizar (Guerra, 2002).
No que se refere às estratégias de intervenção, após a definição dos objectivos torna-se fulcral analisar as formas para alcançar os mesmos (Guerra, 2002). Neste contexto surge a questão “Qual a melhor estratégia para atingir os objectivos em questão?” (Guerra, 2002). Guerra (2002), refere-se ao conceito de planeamento estratégico centrando-se essencialmente nos processos em vez dos conteúdos. Neste sentido, o conceito de estratégia no âmbito de um projecto de intervenção é fundamentalmente associado a um processo que “quer ver vencida uma dificuldade (problemas identificados) (…) maximizando as potencialidades e reduzindo as fragilidades” (Guerra, 2002). Portanto a estratégia pode ser definida como orientações metodológicas de intervenção do projecto que visam a elaboração de um pensamento em torno do qual se estruturam as decisões mais importantes (Guerra, 2002).
Relativamente ao plano de acção, este descreve detalhada e sistematicamente o que se pretende fazer, quando se pretende fazer, quem será responsável pelas diversas tarefas e quais os recursos precisos para a concretização das mesmas (Guerra, 2002). A organização do referido plano decorre da relação entre objectivos, meios e estratégias.
Finalmente, é relevante referir que um plano de acção não é constituído apenas por tarefas e actividades, mas também pelo plano de actividades – actividades, tarefas, organização, recursos, calendário -, o plano de avaliação e o plano de pesquisa-acção – “plano de aprofundamento do diagnóstico” (Guerra, 2002).
Reflexão Critica
No âmbito da temática em questão, é oportuno reflectir sobre as diversas etapas de elaboração de um projecto, nomeadamente no que se refere as suas orientações teóricas e procedimentos. Neste sentido, a etapa de planeamento – abordada pelo texto em questão -, pressupõe a identificação e determinação dos objectivos e finalidades do projecto. Este é um passo fulcral e determinante para todo o trabalho uma vez que são os objectivos e finalidades a alcançar que movem e dinamizam todo o processo até aos resultados finais.
Para identificar claramente os objectivos é necessário conhecer aprofundadamente o contexto em questão, os seus actores, os problemas que lhe subjazem, o seu meio envolvente. Deste modo, será possível concretizar objectivos exequíveis e alcançáveis.
Portanto, após ter reflectido sobre a temática em questão considero que é fundamental obedecer sequencialmente a cada etapa do processo de elaboração de um projecto, sendo que não é possível avançar para a fase seguinte se a anterior não for precisa e claramente elaborada. Do meu ponto de vista, a fase de diagnóstico e de identificação dos objectivos a alcançar é a mais importante uma vez que é nesta que são identificadas as principais motivações e ambições do projecto.
Referência Bibliográfica
GUERRA, Isabel Carvalho (2002).Fundamentos e processos de uma sociologia da acção : o planeamento em Ciências Sociais. 2.ª ed. Cascais : Principia.
A construção de projectos de intervenção, p. 125-174.
______________Ficha de Leitura 4 – Texto “Avaliação de um projecto de intervenção” Guerra, 2002______________
Resumo
O presente texto aborda fundamentalmente a temática da avaliação do projecto de intervenção nomeadamente a história da avaliação e os seus princípios, a avaliação participativa, a pesquisa e planeamento em avaliação, a sua definição e funções, os modelos de avaliação, os critérios de avaliação, e as dificuldades de uma boa avaliação. No presente trabalho apenas irei focar e reflectir sobre alguns pontos que considero serem fulcrais no âmbito da elaboração de um projecto de intervenção.
Palavras-Chave
Projecto; Avaliação; Planeamento; Critérios; Modelos
Desenvolvimento
Primeiramente importa referir que inicialmente a avaliação se situa como uma actividade científica associada à procura da eficácia de programas sociais. Numa fase posterior, na década de 70, a avaliação emerge prestando particular atenção à diversidade cultural e de agentes intervenientes (Guerra, 2002).
Na avaliação de projectos sociais é possível encontrar três origens diferentes: a história da procura de eficácia; a “modernização” por via da avaliação das políticas públicas; e a avaliação de impactes sociais (Guerra, 2002). É neste contexto de evolução de práticas de avaliação no campo da acção social que se considera que as experiencias de avaliação confrontam diferentes paradigmas de avaliação (Guerra, 2002).
De acordo com Guerra (2002), constata-se que a avaliação e a pesquisa recorrem a metodologias diferentes. A investigação distingue-se da avaliação na medida em que “não pretende medir os resultados de uma acção nem dar elementos que suportem decisões” (Guerra, 2002). A pesquisa designa a utilização sistemática de instrumentos de recolha de dados que permitam um melhor conhecimento do real. Inversamente, a avaliação tem objectivos específicos de medida de resultados de acções (Guerra, 2002).
Neste contexto, é oportuno definir o conceito de avaliação, sendo que Guerra (2002) considera que avaliar “é sempre comparar com um modelo e implica uma finalidade operativa que visa corrigir ou melhorar” (Guerra, 2002). Neste sentido, a avaliação tem sido considerada como um conjunto de procedimentos para julgar os méritos de um programa facultar uma informação sobre os seus impactes e os seus custos (Guerra, 2002). Portanto no que se refere às funções da avaliação, é relevante apontar as suas quatro funções principais: de medida, de utensilio de apoio à tomada de decisão, de processo de formação e de aprofundamento da democracia participativa (Guerra, 2002).
No que se refere aos modelos de avaliação, constata-se que o interesse pela avaliação foi-se desenvolvendo sendo que deu origem a diversos modelos que se foram desenvolvendo em contextos diferentes. Neste sentido, é possível identificar o modelo de avaliação experimental, o modelo de avaliação por objectivos, o modelo de avaliação orientada para a decisão, o modelo de avaliação pela utilização e o modelo de avaliação múltipla. A cada modelo subjaz uma metodologia específica, vantagens e desvantagens, e diferentes aplicações ao nível do avaliador. Os referidos modelos podem “ser accionados em vários momentos, mas o seu focus é diferente em função do momento em que se acciona o dispositivo de avaliação” (Guerra, 2002). Neste contexto, consideram-se diversos tipos de avaliação segundo a sua temporalidade: a avaliação diagnóstica, a avaliação de acompanhamento, a avaliação de resultados, e a avaliação de impacte (Guerra, 2002).
Relativamente aos critérios de avaliação, verifica-se que o sucesso do processo de avaliação depende fortemente da capacidade de identificar indicadores que possam medir o processo e os resultados da avaliação (Guerra, 2002). Estes indicadores podem ser de natureza qualitativa ou quantitativa. Os componentes do processo de avaliação analisam os factores de adequação, pertinência, eficácia, eficiência, equidade e impacte (Guerra, 2002).
Finalmente é oportuno referir que “tomar consciência das potencialidades e dos riscos na utilização de metodologias de avaliação é um primeiro passo para a utilização adequada de qualquer dispositivo de avaliação” (Guerra, 2002). Constata-se que no âmbito da avaliação surgem diversas dificuldades nomeadamente a impossibilidade de prever fenómenos sociais, a definição de objectivos de intervenção e a construção de “indicadores sociais” (Guerra, 2002).
Reflexão Crítica
No âmbito da temática em questão, é relevante reflectir sobre a avaliação de um projecto de intervenção na medida em que a avaliação surge como uma mais-valia e como um processo em que é possível identificar potenciais pontos a melhorar ao longo do projecto. Visto que a avaliação possui objectivos específicos que permitem medir os resultados das acções considero que este é um aspecto essencial e determinante para o sucesso de um projecto. Os objectivos claramente delineados são alcançados com mais facilidade, e concretizam a exequibilidade dos mesmos.
Um dos aspectos que considero fulcral no âmbito da avaliação é que esta surge como um utensilio que apoia e suporta a tomada de decisão. Neste sentido, se o processo de avaliação acompanhar desde o inicio e se estenda num continuo ao longo do projecto, reflectir e decidir qual o melhor caminho, qual a melhor estratégia ou qual a melhor metodologia a utilizar será mais facilitado e corresponderá certamente às necessidades do próprio projecto. Neste contexto, é fundamental investir e trabalhar fortemente na identificação de critérios de avaliação que possam medir o processo e os resultados da avaliação, uma vez que o sucesso da mesma e do próprio projecto depende fortemente desta etapa de identificação de critérios de avaliação.
No âmbito das aulas de Seminário de Integração Profissional, a avaliação surge como um instrumento indispensável do percurso e processo de evolução do aluno, visto que fornece mecanismos de feedback, permitindo identificar os principais pontos a melhorar no seu percurso. Neste contexto, a avaliação deverá acompanhar o aluno em cada etapa do seu trabalho de forma a que este tenha consciência e reflita sobre o seu desempenho na unidade curricular e qual o melhor caminho para alcançar os objectivos que se propôs atingir inicialmente. Questões como “Será que a estratégia X é a mais indicada para o meu desenvolvimento académico? E pessoal?”, “Estarei a optar pela melhor metodologia para alcançar os meus objectivos?”. Este tipo de questões deverão acompanhar todo o trabalho ao longo do semestre, sendo que surge como guias norteando todo o processo de concretização dos objectivos.
Referência Bibliográfica
GUERRA, Isabel Carvalho (2002).Fundamentos e processos de uma sociologia da acção : o planeamento em Ciências Sociais. 2.ª ed. Cascais : Principia.
A avaliação de projectos de intervenção, p. 125-174.
______________________2º Semestre_____________________
Ficha de Leitura da tese “A utilização educativa das TIC pelos professores (elementos potenciadores e limitativos)”
Resumo
A abordagem da tese foi escolhida em função dos interesses e motivações pessoais do grupo. Tendo em conta que uma tese deve obedecer a uma determinada estrutura, o principal objectivo deste trabalho é verificar se essa exigência é cumprida. Neste sentido, procuraremos analisar e identificar se cada capítulo da tese cumpre com os requisitos que lhe são exigidos.
Palavras-Chave
Tese; Estrutura; TIC; Professores; Temática; Objectivos; Etapas; Metodologias; Resultado; Conclusões
Desenvolvimento
Primeiramente é oportuno justificar o porquê da tese em questão, sendo que os principais motivos que estiveram na base da escolha foram fundamentalmente os interesses e motivações pessoais em relação à área das tecnologias de informação e comunicação em educação; o facto de a temática estar relacionada com o estágio na instituição e com o projecto; e por ser uma hipótese a considerar na escolha do 2º ciclo de estudos.
Neste contexto, a tese escolhida – “A utilização educativa das TIC pelos professores (elementos potenciadores e limitativos)”- será analisada relativamente à sua estrutura: introdução, objectivos, questões de investigação, metodologia, resultados, limitações do estudo e conclusões. No que se refere à introdução do relatório, consideramos que este apresenta uma explicitação clara da contextualização do trabalho (“É, por isso, fundamental conhecer o que sentem e praticam os professores relativamente às TIC no ensino.”, “o presente estudo (…) procura relacionar as motivações dos professores na utilização das TIC em actividades com alunos.”).
Considerou-se igualmente que a introdução apresenta uma estruturação pouco clara do trabalho desenvolvido visto que não é feita uma identificação da sequência do trabalho bem são enunciadas as diversas etapas com constituem o estudo em questão.
Relativamente aos objectivos gerais e específicos da investigação, verifica-se que há uma identificação do problema que subjaz ao estudo, sendo que é apresentada a principal questão cuja investigação visa responder: “Em que medida a implementação do PTE, e especificamente o modelo teórico nele vigente revela efeitos favoráveis nas atitudes e práticas docentes no domínio de utilização educativa das tecnologias?”. Posteriormente, surge a identificação do objectivo geral da investigação, sendo bastante claro e explicito o principal propósito da mesma: propósito central: “analisar em que medida o apetrechamento tecnológico dos estabelecimentos escolares implementado pelo PTE exerce influência: (i) nos níveis de auto-eficácia dos professores na utilização das tecnologias; (ii) índices de utilização das tecnologias em contexto escolar por parte dos professores”. Em seguida, são apresentados os objectivos específicos da investigação que no nosso entender são bastante claros e precisos: “Diagnosticar o nível de auto-eficácia na utilização das TIC e o índice de utilização das TIC por parte dos professores, analisando-os em 2 momentos distintos.”, “Analisar a relação estabelecida entre os 2 construtos, nível de auto-eficácia e índice de utilização.”, “Identificar os factores potenciadores e limitativos no suporte à utilização educativa das TIC nas escolas.” (…).
Em relação às questões de investigação, consideramos igualmente que estas são apresentadas de forma clara: “Se os professores se sentirem confiantes na utilização das TIC irão integrar as TIC na sala de aula com os seus alunos?”, “Em que tipo de actividades os professores utilizam as TIC?”, “Os níveis de auto-eficácia estarão associados aos índices de utilização das TIC por parte dos professores?”, “Quais as medidas implementadas por cada uma das escolas para os professores efectivamente utilizarem as TIC na sala de aula?”, “Que elementos se revelam de facto determinantes na utilização educativa das TIC por parte dos professores e que medidas podem neste âmbito ser implementadas?”. Neste sentido, verifica-se que a investigação tem conta determinadas variáveis que são apresentadas de forma clara e especifica: acesso a equipamentos e infra-estruturas tecnológicas; sentido de auto-eficácia na utilização das tecnologias; índice de utilização das tecnologias.
No que se refere à metedologia utilizada no estudo em questão, consideramos que os métodos apresentados são explícitos e claros uma vez que são identificadas e definidas as diversas metodologias (“Esta investigação (…) apoiou-se num modelo de investigação empírica, utilizou uma metodologia mista da recolha e análise de dados, abrangendo e triangulando uma dimensão quantitativa e qualitativa.”). Neste contexto, é-nos igualmente possível identificar quais foram os principais instrumentos de recolha de dados utilizados – questionário e entrevista (“(…) inquérito por questionário, um instrumento de recolha de dados de carácter quantitativo e o inquérito por entrevista, um instrumento de recolha de dados do tipo qualitativo.) – sendo que posteriormente cada um dos instrumentos é descrito com base na literatura existente. Neste sentido, é-nos apresentada uma breve contextualização da aplicação dos instrumentos, sendo que o inquérito por questionário foi aplicado em dois momentos distintos e teve como finalidade conhecer qual o equipamento tecnológico existente em cada uma das escolas. Inicialmente os questionários foram disponibilizados online e em função da pouca adesão, foram posteriormente disponibilizados em formato de papel. O referido instrumento foi validado por especialistas na área das tecnologias da educação da Universidade do Minho, de Évora e de Lisboa. O tratamento dos dados dos questionários foi um tratamento estatístico com base no Microsoft Excel 2007 e no SPSS Statistcs 17.0. Relativamente à entrevista, esta foi realizada a um dos elementos de cada uma das escolas, a dois professores com funções no órgão de gestão de cada uma das escolas. O tratamento dos dados das entrevistas foi realizado em duas fases: numa primeira a transcrição, e numa segunda a análise de conteúdo.
Em relação à amostra do presente estudo, esta foi escolhida aleatoriamente e por conveniência: “(…) é do tipo amostra por conveniência uma vez que os elementos são escolhidos por conveniência ou por facilidade. Neste caso por a investigadora conhecer grande parte dos professores de ambas as escolas.”. Quanto aos participantes, contata-se que no neste estudo participaram 83 professores no ano lectivo de 2009/2010 do 3º ciclo do ensino básico e secundário das 2 escolas (inquérito no 1º momento e igualmente no 2º momento) numa amostra total de 205 professores.
Em relação aos resultados estes são apresentados em função das duas escolas em estudo – a Escola A e a Escola B. A Escola A apresenta uma escala de auto-eficácia docente favorável e, apresenta níveis moderados de utilização das TIC por parte dos professores, no qual se verifica um aumento do 1º para o 2º momento, nas dimensões de utilização do e-mail, utilização em sala de aula e de suporte ao aluno. Já nas restantes dimensões, verifica-se valores inferiores do 2º relativos ao 1º momento. A Escola B apresenta uma uma escala de auto eficácia docente com tendência crescente de forma não muito acentuada em ambos os momentos, assim como, na utilização das TIC por parte dos professores verificando-se um aumento do 1º para o 2º momento em todas as dimensões. Comparando as duas escolas é perceptivel que a Escola A apresenta um nível de auto-eficácia e um índice de utilização das TIC por parte dos professores maior num 1º momento do que a escola B, mas num segundo momento esta tendência inverte-se.
Relativamente aos resultados das entrevistas realizadas aos dois directores das escolas, na qual se teve em atenção quatro dimensões: 1ª dimensão “Recursos TIC – equipamentos e infra-estruturas tecnológicas disponíveis”; 2ª dimensão “Medidas de suporte à integração das TIC: formação, projectos e outras medidas”; 3ª dimensão “Impacto das TIC na comunidade escolar”; 4ª dimensão “Barreiras e factores limitativos na utilização educativa das TIC”, os resultados foram os seguintes:
Quanto à 1ª dimensão o director da Escola A afirmou que está desactualizada e o da Escola B referiu que “(…)apesar do forte apetrechamento tecnológico (…) permanecem ainda algumas preocupações”. Em relação à 2ª dimensão o director da escola A mencionou que existe uma recusa à evolução e o da escola B declarou que “(…) 50% dos docentes já obtiveram certificação TIC (…) os professores estão motivados e tem tido formação em TIC”. Relativamente à 3ª dimensão o director das escola A assegurou que “houve uma grande evolução quando as tecnologias entraram mais nas escolas” e o director da Escola B afirmou que as tecnologias já estão generalizadas na escola e que utilizam a plataforma Moodle. Por último, no que diz respeito à 4ª dimensão o director da Escola A refere que existem computadores muito lentos e o da Escola B declara que não têm grandes barreiras.
Em relação à análise das entrevistas dos professores, estes afirmam que estão preocupados com o equipamento existente e com a falta de condições dos edifícios. O nível de utilização por parte dos professores evidenciou que estes utilizam mais as tecnologias aquando a organização e preparação do trabalho e na avaliação. Deste modo, os estudos têm demonstrado que os professores consideram como principais obstáculos à integração das TIC nas escolas a “a falta de recursos e formação” e “ o esforço de reflexão e de modificação de concepções e práticas de ensino”, que a maioria dos professores não está disponível para realizar.
Concluindo, este estudo revela que a existência de meios tecnológicos não é auto-suficiente para que os professores integrem as TIC em contexto de sala de aula e de forma eficiente. Para além disso, os professores, que se sentem auto-confiantes e mais à vontade na utilização das TIC, tendem a não fazê-lo com tanta frequência com os seus alunos em actividades de ensino e aprendizagem e que, para alterar as formas de actuação e de melhoria dos índices de utilização das TIC será necessário criar políticas organizativas a nível de cada escola.
Posto isto, é necessário salientar ainda as limitações do estudo uma vez que, são importantes para compreendermos o que está para além dele. Uma limitação foi relativa aos questionários pois, o facto de os questionários serem longos fez com que muitos professores desistissem quando os estavam a preencher, outra foi o facto dos questionários online não garantirem a identidade da pessoa que responde, isto é, nada garante que foram preenchidos por professores. Outra das grandes limitações foi o facto do estudo estar direcionado apenas para duas escolas do centro país e assim, não existe ponto de comparação com outras zonas e, por fim, o estudo não conseguiu “demonstrar a influência da utilização das TIC no processo de ensino e aprendizagem dos alunos, assim como, se a utilização em contexto educativo melhorou as suas práticas pedagógicas”.
Reflexão Crítica
Ao lermos esta tese a nossa mente remete-nos para as tecnologias e, é importante percebermos como é que o mundo das tecnologias, num curto espaço de tempo, evoluiu de uma forma tão exponencial com vista, sempre a crescer cada vez mais. É necessário que o Mundo e o Ser Humano acompanhem essa evolução e esse desenvolvimento pois, só assim conseguiram acompanhar toda a expansão tecnológica verificada nos dias de hoje. Deste modo, nem tudo acompanhou esse crescimento porque tonar-se difícil, tão repentinamente, de o fazer e, a escola foi um desses contextos. Neste sentido, a evolução das tecnologias proporcionaram transformações radicais nas escolas e só aquelas que tinham alguma capacidade financeira é que conseguiram evoluir rapidamente mas, não de uma forma tão acentuada.
Com isto, foi necessário reequipar as escolas e organizá-las de uma outra forma, isto é, de uma forma tecnológica. Neste contexto, foi preciso investir em computadores, telas, scanners, fotocopiadoras, faxes, quadros interactivos, projectores, impressoras, entre outros. Isto tudo, abarca uma série de custos e, muitas escolas não têm poder monetário para conseguir responder às exigências do Mundo Actual e, muitas das que têm investido ou optam por objectos e coisas mais acessíveis, as quais por vezes não funcionam de forma rápida e instantânea e outras, até podem investir imenso mas depois os edifícios não estão adequados para tais transformações.
Para além disso, é necessário que as escolas invistam na formação específica dos seus docentes referentes à utilização e manuseamento das novas tecnologias para que estes, se sintam confiantes com as suas capacidades, dominem de forma fácil o objecto que mexem e que, não se sintam inferiores aos seus alunos por saberem menos do que eles no que toca à utilização das mesmas. A realidade é que isto não acontece porque, as escolas não têm um orçamento grande para que todos os professores possam ter formação. Deste modo, o que acaba por acontecer é que se os professores o quiserem têm muitas vezes de investir eles próprios e, do seu próprio bolso.
Com isto, a falta de meios tecnológicos ou a existências de meios antiquados e a falta de formação específica influencia os índices de utilização das tecnologias nas actividades de ensino aprendizagem e faz com que, os professores se sintam desmotivados, desinteressados e isso, condiciona o uso das novas tecnologias como estratégia de comunicação, colaboração e cooperação nas salas-de-aula.
Referência Bibliográfica
Francisco, Carmen Sofia Bértolo, (1968) - A utilização educativa das TIC pelos professores (elementos potenciadores e limitativos)